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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com. br Rua São João 869,  14882-010 Jaboticabal SP
MONTEIRO LOBATO CLIQUE E SAIBA MAIS SOBRE AUREA LAGUNA Nascimento de Monteiro Lobato – 18 de abril de 1882 Por Aurea Laguna     (Texto republicado- publicação original Facebook da autora em abril de 2016) Monteiro Lobato e suas personagens do Sítio do Picapau Amarelo povoaram a nossa infância com estórias fantasiosas sobre um lugar maravilhoso, onde as coisas mais estranhas aconteciam com naturalidade. Passávamos muitas horas a nos imaginar no papel de Emília, Pedrinho, Narizinho e demais personagens, pertencentes ao imaginário mundial, que visitavam o Sítio. Não entendíamos bem como se dava a alternância do mundo real dos moradores com o mundo da fantasia, em que Narizinho se casava com o Príncipe Escamado e, o Pequeno Polegar, fugindo sempre da Carochinha, vinha pedir socorro à Dona Benta. Como entender que Pedrinho, Emília e o Visconde, envolvidos com Hércules, sabiam de antemão o que iria acontecer ao herói da Hélade? Achávamos impressionantes os resultados obtidos com o pó de pirlimpimpim e as saídas para os momentos mais difíceis com a utilização do infalível faz- de-conta da Emília. Lobato era o nosso ídolo e, sempre que podíamos, trocávamos impressões com amigos, não deixando de ler avidamente todo material que nos vinha às mãos. Tínhamos sorte em contar com pais devoradores de livros, que não trocavam a leitura por outro lazer, fazendo nossas inscrições nas várias bibliotecas das cidades em que moramos. Mas era a hora de dormir o momento mais prazeroso, pois nossas irmãs mais velhas encarnavam Dona Benta e simplificavam as estórias que já sabíamos de cor, mas que queríamos ouvir novamente. De uma pequena caixa, contendo os nomes das aventuras em papéis dobrados, sorteávamos aquelas que seriam contadas por elas. Na verdade, apreciávamos também As Viagens de Gulliver, Alice no País das Maravilhas e os contos dos Irmãos Grimm e Andersen. Qual criança da nossa geração ousaria responder aos pais e avós, abrindo a ‘torneirinha de asneiras’, expondo seus pontos de vista, como a Emília fazia? Com relação aos livros de Lobato, os responsáveis pelas publicações do acervo legado por ele não conseguiram lhe dar o destaque merecido. Como consequência, as crianças e jovens das últimas décadas do século XX, pouco acesso tiveram às suas obras, escassas nas bibliotecas públicas e escolares. Não cabe aqui discutirmos as questões valorativas sobre o papel dos meios de comunicação na apresentação da saga criada pelo escritor. O que é inegável, entretanto, é que as personagens extrapolaram a linguagem literária quando lançadas por meio de outras semióticas, como: o rádio, o teatro, as estórias em quadrinhos, a televisão e as redes sociais. Iniciativas essas que contribuíram para cobrir a lacuna deixada pelo mercado editorial, possibilitando a permanência dos picapauzinhos lobatianos no imaginário infantil brasileiro. Agora, no início do século XXI, os livros de Lobato foram reeditados, segundo a última revisão que o escritor realizou em 1946, em duas coleções: a primeira para adultos e a segunda para as crianças.
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