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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br  Rua São João, 869,  14882-010 Jaboticabal SP
FOTOGRAFO DE RIBEIRÃO PRETO CRIA EXPOSIÇÃO MULHERES FORTES, ABERTA AO PUBLICO ATÉ O PRÓXIMO DIA 29. (terceira parte entrevista com Maris Ester de Souza  ) Maris Ester de Souza que também é uma das homenageadas na exposição “Mulheres Fortes” e é professora, poetisa e escritora e atualmente Presidente da Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto, disse que nunca se deixa abalar pelas dificuldades e que é uma pessoa como qualquer outra pessoa.  Às vezes as pessoas são fortes, às vezes a vida as fazem fortes mas você não pode se deixar abalar, e tem que ir em frente. Segundo Maris não tem como voltar atrás, ou você vai para frente ou se deixa abater.  E as Mulheres Fortes são assim, elas vão à luta elas focam no que elas querem e lutam pelo que elas querem e, enfrentam as dificuldades. A exposição é importante, porque as pessoas precisam saber que essas mulheres existem e que elas enfrentaram dificuldades, que elas foram à luta. Segundo Maris Essas Mulheres foram além do que se imaginava  Maris disse que só sentiu preconceito uma vez na época de faculdade em uma época que tinha que conversar sobre negociação dos valores do curso e sabendo quem era ela, não quiseram negociar.  Maris disse que o pai era negro, pai que perdeu quando ela tinha ele com 4 anos e a mãe era branca. Se passei por preconceito eu não percebi eu sempre lutei, disse Maris. A ideia de estar nessa exposição é passar uma mensagem de enfrentar as dificuldades, que é a mensagem que eu sempre passo, disse Maris, que é necessário sonhar.  Muitos jovens da Periferia não tem sonhos, se nós plantamos sonhos nesses jovens, eles vão pensar de modo grande e no que querem, e começarão a ir em frente.  Maris disse que se formou com 41 anos e foi com a formatura que descobriu um mundo novo, inclusive o gosto pela literatura, ali houve uma Maris que ganhou vida, disse.  E hoje eu passo para os alunos, que eles podem descobrir o mundo e essa exposição ajuda nessa questão e a gente olhando para cada foto, vendo uma juíza negra, uma advogada negra, eu Maris, também não imaginava.  Eu sei de um caso de médico que foi confundido com jardineiro por causa da cor da pele. Nós negros temos que abrir as portas para que estas crianças (negras), também tenham como enfrentar a realidade e abrir as portas.  Essa exposição é muito importante para isso.  A exposição tem que correr na região e ninguém imaginaria que esse projeto, Mulheres Fortes, ia ganhar a projeção que ganhou, eu tirei a foto quando fui convidada e eu não imaginei que ia ser uma coisa tão grande como ficou, disse Maris. Tem profissões aqui que eu jamais imaginaria ser exercida por essas mulheres, mas não imaginei isso porque? porque são negras? será? Questionou Maris durante a entrevista.  Você vendo essas mulheres todas, formadas você ver que não está sozinha. Este projeto criou uma amizade entre o grupo de mulheres fotografadas, criou laços e você vê, que não é a única que passou por situações difíceis na vida. Os meus amigos me emprestaram cheque, para eu estudar e eu não podia voltar atrás. Maris disse que muitas destas mulheres passaram por dificuldade para chegarem onde estão, para serem assistente social, para cursar educação física, direito e é importante demonstrar isto. É importante demonstrar que não é porque eu sou negro, negra, que não posso estudar não é porque eu sou negro que eu não posso enfrentar as coisas. Haverá dificuldades no caminho disse Maris. O site Crônica e Arte, perguntou então para Maris se parte da história dos abolicionistas, da luta contra escravidão que hoje não é contada, foi apagada da história.  Maris disse que a história não tem como ser apagada não tem como falar que não houve escravidão, não tem como falar que certos fatos não aconteceram, eles estão lá, isso não tem como mudar.  Uma pessoa pode morrer mas a história dela fica aqui pode falar o que for do Zumbi, mas a história está ali, nós enfrentamos no dia a dia muitos preconceitos a gente passa pelos preconceitos. Querendo ou não. Eu não sei se no meu caso, se eu não enxerguei ou eu não senti ou se eu respondi a altura, eu fui em frente e deixei para lá.  Quando eu fui diarista, nunca me comportei só como uma empregada, eu era a amiga que ia até tarde conversando com aa dona da casa, hoje elas são amigas minhas.  Eu amo ouvir, ouvindo você aprende e, nós temos que levar para os nossos alunos, aos mais jovens, esta mensagem, um exemplo também que eu cito é a interprete e compositora, Carolina de Jesus e foi conhecida mais fora do país aqui no Brasil   Muitas pessoas estão por aí, inteligentes em sala de aula, tímidos e a exposição é arte e ajuda nesse processo de trazer à tona essas questões.  Essas mulheres eram anônimas na sociedade e foi um empoderamento muito bom. O site crônica e Arte  citou para Maris, Pier Paolo Pasolini em seus escritos corsários, quando Pasolini diz que muitas vezes o mercado, pega o que é protesto e o que é uma inovação, que denuncia os erros de uma sociedade e transforma esse protesto e essa inovação, para ganhar dinheiro com elas, criando material, roupas, músicas, para quem inova ou protesta comprar, fazendo com que o protesto a Inovação ou a denúncia, se torne mais uma vez fonte de ganho para o mercado ou a sociedade, denunciada nos erros da Inovação, ou no protesto. O site então perguntou então para Maris Ester se o tema Mulheres Fortes não poderia cair na mão do mercado, ou seja, ser usado pelo mercado para mais uma vez ganhar dinheiro em cima de de uma luta de uma Inovação, de uma denúncia de preconceito.  Maris disse que já tinha até pensado nisto, mas que o fotógrafo Victor Hugo coordenador da exposição tem sensibilidade o bastante para evitar que isso aconteça, mas é uma questão com a qual deve-se tomar muito cuidado, para que uma inovação como esta, uma denúncia não seja motivo para se criar consumismo em cima do tema.  O importante concluiu Maris, é mostrar a essa nova juventude que a mulher apesar de sua cor, independentemente de sua cor, consegue atingir as posições sociais que sonha.