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SANGUE NA PRAÇA DA CATEDRAL EM RIBEIRÃO PRETO: MENDIGO É BALEADO E MORTO NA MADRUGADA DE DOMINGO Caso levanta debate sobre violência e exclusão social na região central da cidade. Por Mentore Conti Mtb 0080415 SP foto Agência Brasil Um mendigo foi baleado e morto na madrugada deste domingo, dia 5 de outubro, no centro de Ribeirão Preto (SP). O homem, que costumava dormir próximo à Praça da Catedral, foi encontrado caído por volta das duas da manhã, com ferimentos de arma de fogo. Moradores da região acionaram a Polícia Militar após ouvirem disparos, e uma equipe do SAMU foi chamada para o socorro.A vítima chegou a ser encaminhada para a UPA Central, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois de dar entrada na unidade. Ainda não há informações sobre sua identidade ou familiares. Testemunhas relataram ter visto um homem em uma motocicleta fugindo logo após os tiros, mas até o momento ninguém foi preso.A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso e tenta identificar o autor e a motivação do crime. Câmeras de segurança próximas devem ser analisadas nos próximos dias. Segundo informações preliminares, não há indícios de assalto, o que levanta a hipótese de execução ou acerto de contas.A Prefeitura de Ribeirão Preto informou que acompanha as investigações e reforçará as ações de patrulhamento e atendimento social na área central, onde há grande concentração de pessoas em situação de vulnerabilidade. Entidades de direitos humanos da cidade lamentaram o ocorrido e pediram que o caso não caia no esquecimento. O assassinato de um mendigo no centro de Ribeirão Preto, neste domingo, expõe novamente uma ferida social que insiste em permanecer aberta: a invisibilidade e a violência sofridas por pessoas que vivem nas ruas. Em meio ao cotidiano acelerado da cidade, a vida e a morte dessas pessoas parecem valer menos —\ e esse desprezo se transforma, cada vez mais, em tragédias. Em Ribeirão Preto, estima-se que centenas de pessoas vivam em condições de rua, segundo dados de entidades assistenciais. São homens e mulheres que perderam vínculos familiares, empregos ou moradia, e que encontram nas praças e calçadas o último abrigo possível. No entanto, ao ocupar esses espaços, tornam-se alvos fáceis da intolerância, da criminalidade e, não raramente, da violência letal.Casos de agressões e até homicídios contra mendigos não são novidade no país. Muitos são motivados por preconceito, vingança, disputas por território ou simples desumanização. Em Ribeirão Preto, relatos de hostilidade e expulsões violentas em áreas centrais já foram registrados por organizações civis, que denunciam abordagens agressivas e falta de políticas públicas eficazes.A ausência de proteção social e de políticas permanentes de acolhimento agrava o quadro. Programas municipais de abrigo e reintegração existem, mas frequentemente operam com capacidade limitada, e muitos dos que vivem nas ruas não conseguem acesso a cuidados de saúde, higiene, alimentação e apoio psicológico. A falta de vagas e o estigma social empurram essas pessoas de volta ao abandono.Além do aspecto humanitário, há também o problema da segurança pública. A impunidade em crimes contra pessoas em situação de rua cria um ciclo de negligência: a sociedade não se mobiliza, o poder público não prioriza, e os agressores se sentem encorajados a repetir a violência. A banalização de vidas anônimas transforma a cidade em palco de exclusão, onde uns são vistos como cidadãos e outros como incômodos. Combater essa realidade exige mais do que indignação passageira. É preciso reforçar o trabalho das equipes sociais, ampliar o acesso a moradia, saúde e emprego, e investir em políticas de segurança com abordagem humanizada. O Estado deve ser capaz de proteger mesmo aqueles que não têm endereço, documento ou voz. O crime ocorrido neste fim de semana deve ser lembrado não apenas como mais uma estatística, mas como um chamado à responsabilidade coletiva. Enquanto a sociedade tratar os mendigos como invisíveis, a violência continuará sendo uma forma de 'limpeza social' silenciosa e cruel. Em Ribeirão Preto —\ e em tantas outras cidades —\, a questão não é apenas quem matou, mas o que permitiu que mais uma vida fosse apagada sem comoção.
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