Cronica e arte
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VIVENDO E APRENDENDO EM JABOTICABAL
Vou lhes contar uma experiência
típica que experimentei e
recomendo, da qual acredito ser
típica de nossa terra querida, onde
"cantam os passarinhos".
Como eu dormi muito no domingo,
decidi que iríamos fazer um
programa no estilo tradicional da terra das jabuticabeiras, qual seja,
sair para passear de carro pela cidade no domingo à noite e
conhecer as novidades que poderiam não ter sido observadas
durante a semana toda.
Sempre achei estranha essa tradição, já que
passamos pelas mesmas ruas durante a
semana toda e muito provavelmente não
testemunharíamos nenhuma mudança.
Mas, seguindo a tradição, saímos de carro,
passamos pelos novos recapeamentos de
asfalto de algumas ruas, a novíssima fonte da
catedral, o Oba Oba, o recém inaugurado
shopping center, a inesquecível pracinha da
Nova, a tradicional marginal onde nos deparamos com carros
estacionados assistindo os demais carros passarem. Eu nunca vou
conseguir entender o que determina
quem anda e quem fica parado, ou até
mesmo se existe uma convenção nesse
sentido.
Como eu estava
em movimento
resolvi não mudar
de posição e não para minha surpresa,
encontramos de passagem muitos amigos,
cumprindo fielmente a tradição local.
Gradativamente pude verificar vários aspectos protocolares dessa
tradição e um deles é que o carro deve estar limpo e encerado,
coisa que eu já havia desrespeitado e talvez por isso nós não
tivéssemos sido acompanhado pelos olhares com tanta
assiduidade pelos estacionados.
Descobri ao vê-los passando, brilhantes, obstinados e orgulhosos,
ainda outros aspectos dessa tradição, trazida provavelmente da
terra de Camões, de que o percurso
deve ser sempre o mesmo, em ritmo
que permita não apenas a observação
das novidades, mas principalmente
permitir à cada um dos observadores
tempo para tecer a sua impressão
sobre as novidades do local, tendo
como referência o domingo anterior.
E mais, o melhor veículo da garagem
deve eleito para esse evento e a
condução do mesmo ser feita sempre
pelos varões com o eventual herdeiro a ocupar o banco ao seu
lado, responsável pela trilha sonora desse tradicional evento,
sendo o banco traseiro o lugar cativo da virago.
A descoberta mais importante foi perceber que o evento permitiu a
conversa descontraída entre o mim e o meu distante filho
adolescente, fato que tem se tornado raro, por mais incrível que
possa parecer por morarmos na mesma casa.
Celulares não precisaram ser proibidos, pois estávamos em
sintonia e rindo muito, mas cumprindo fielmente a tradição.
Recomendo.
Luiz Antonio Garcia
Junior
foto1 Facebook do autor;
demais fotos Mentore Conti
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