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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João, 869,  14882-010 Jaboticabal SP
PAULO VANZOLINI: A BELEZA DA BOEMIA EM PROSA E VERSO Mentore Conti Mtb 0080415 SP colaboração especial José Petruccelli  // foto: internet/dominio publico Jaboticabal, 20 de julho de 2020 (editado in 8/agosto/23) Um retrato de São Paulo, da noite, ...das ilusões e desilusões….  Da Boemia..., um compositor, cantor e boêmio, sendo que alguns versos de suas canções ficaram imortalizados, queira como dito popular, ou mesmo como retrato de São Paulo, na música Ronda. Mas não só a música ou só a boemia marcaram a vida de Paulo Vanzolini, o autor que recolheu, do nosso folclore, a música Cuitelinho em uma viagem pelo Mato Grosso. Paulo Vanzolini nasceu em São Paulo …Corria o ano de 1924. Era um 25 de Abril…. ... 4 anos depois muda-se para o Rio de Janeiro. Aos dezoito anos ingressa na faculdade de medicina e frequentava as rodas de samba em São Paulo, onde voltara a residir, já há muitos anos. Rio e São Paulo sempre foram cidades que influenciaram culturalmente o pais. Era década de 40, (1940) e a cidade do Rio de Janeiro não tinha ainda o caos Urbano dos dias de hoje, ...A paisagem carioca era de uma cidade que mesclava a praia de Ipanema, o Flamengo e o Corcovado com uma arquitetura que se embrenhava entre várias montanhas.  Já existiam as favelas, é claro e, apesar de contrastar com a parte rica da cidade não tinha a violência de hoje e a malandragem era o viver bem, e com pouco trabalho, como um descendente da corte de Joao VI. Corte que mesmo terminada, já na época da independência em 1822 e depois, por assim dizer, extinta em definitivo com o advento da republica, ainda imprimia, como imprime até hoje, um sentimento de “nobreza carioca”. A cidade era a Capital Federal (e foi até 1960) e muitas atividades do dia-a-dia no Brasil tinham como ponto central o Rio de Janeiro, principalmente no campo artístico. A sede dos grandes jornais, O Globo, Jornal do Brasil estava lá. As rádios Cajuti, Rádio Mayrink Veiga agora, dividiam a liderança com a Rádio Nacional. No cenário musical tínhamos Francisco Alves, Orlando Silva, Cartola, Pixinguinha e é claro, um Rio de Janeiro que ainda vivia sob a influência musical de Sinhô e Noel Rosa. Em são Paulo, terra natal de Vanzolini e da qual se afastara quando criança e depois retornou, o cenário musical que se formou a partir dos anos 40, está dentro da mudança que a cidade sofreu principalmente a partir da segunda guerra paulista a guerra de 1932 principalmente. A elite Paulista formada por cafeicultores que moravam na capital de origem predominantemente portuguesa prestigiava sim a cultura, mas o estilo de música era diferente em relação ao período após 1930 e principalmente após 1932.  Se na época do coronelismo, antes do ano de 1930 nós tínhamos saraus com músicas de piano nas salas dos casarões, e nos teatros frequentados predominantemente pela elite, nós vamos encontrar a partir de 1930, uma influência maior dos Imigrantes italianos, franceses e alemães, em maior número, que agora tinham deixado de ser colonos e tinham passado a ser proprietários rurais. Os novos proprietários rurais passaram também a morar na capital paulista. Por outro lado a população de Operários das fábricas, que morava nos bairros da cidade, muitas vezes analfabetos em português e só alfabetizados em sua própria língua, italiana alemã ou francesa, imprimiram também o traço cultural na cidade de São Paulo.  Alguns anos antes, Cornélio Pires jornalista, folclorista e músico, tinha feito toda uma coletânea de músicas no Vale do Paraíba  a partir de 1929. Esta música regional, que incluía o semba dos africanos e ritmos da música sulista da Calábria e Sicília dos Italianos, as “Stornellate Calabresi e siciliani”. Músicas estas italianas que, muitas vezes parece ter se misturado a ritmos brasileiros e dado origem também, a ritmos da nossa música caipira (como podemos ouvir ao lado). Um desses ritmos Mário de Andrade e mesmo Cornélio Pires denominam de samba Rural Paulista, onde se usava predominantemente tambores. Uma música bem representativa desta mistura é uma música cantada por Raul Torres denominada Jacaré tá no caminho pela Gravadora Parlophon em 1930, depois regravada por Raul Torres e Florêncio, ou o samba caipira Sabiá triste cantada por Raul Torres e Jayme Vogeler pela Odeon em 1934. Temos com Cornélio Pires que fez este trabalho a partir de 1929, como dissemos antes, um exemplo de samba Rural Paulista a música "verdadeiro samba paulista” recolhido por ele e seu grupo musical no disco A Turma Caipira de Cornélio Pires (1). Esse estilo de música que deu origem a música caipira além de ter dado origem ao samba paulista foi gravado inicialmente por Cornélio Pires e divulgado em rádios.  Nesse período além das rádios Paulistas também tocarem essa variedade de música temos, a rádio Nacional do Rio de Janeiro que alcançava o país inteiro, com programas musicais e principalmente o programa dominical de Francisco Alves, denominado “Quando Os Ponteiros Se Encontram, divulgava o samba carioca”.  Francisco Alves recolhia músicas nos morros cariocas, gravava e divulgada pela rádio. Em São Paulo, muitos estilos de música eram chamados samba de rádio, apesar de que muitos eram embolada ou música caipira em geral.  A partir dos anos 40/50 houve uma proliferação de casas noturnas onde essas músicas também eram executadas cantadas em uma vida noturna intensa. Para um poeta ou um músico, nada melhor do que uma cidade com uma vida noturna, onde as ilusões e desilusões aparecem em cada mesa de bar ou em cada pedido de música para um cantor de boate.  Foi neste ambiente cultural, principalmente do sudeste, que se desenvolveu o músico Paulo Vanzolini e é nesse período, mais especificamente em 1944, que ele começa a compor e vai trabalhar na rádio América com um primo seu (Henrique Lobo), no programa Consultório Sentimental De Cacilda Becker Quando terminou o período de convocação do exército, cursa medicina. Então Paulo Vanzolini em São Paulo, passa a lecionar no colégio Bandeirantes e a trabalhar no museu de Zoologia da USP.   (1) Verdadeiro Samba Rural Paulista
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