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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João, 869,  14882-010 Jaboticabal SP
FRANCISCO ALVES, O REI DA VOZ: DA VALSA AO SAMBA, UM MARCO NO CENÁRIO MUSICAL BRASILEIRO (parte III. No final da página clique veja trechos do ultimo show de Francisco Alves no Largo da concórdia SP; o programa de Cesar Ladeira em homenagem ao Rei da Voz um dia depois de sua morte e mais músicas) Um artigo de Mentore Conti (colaboradores especiais Clovis Roberto Capalbo e Daniel Bruno)  fotos: sites internet/ domínio publico Jaboticabal, 29 de junho de 2018 Francisco Alves gravou versões de músicas estrangeiras entre elas a música A Estrada No Bosque, versão da música italiana la Strada del Bosco cantada na Itália por Carlos Butti (um dos grandes interpretes italianos da época).  Na interpretação de Francisco Alves da versão brasileira, podemos ver que a interpretação de Chico Alves não deve nada para o original gravado em italiano Além de cantor e compositor Francisco Alves atuou como radialista em rádios (como dissemos anteriormente) como a rádio Cajuti, Rádio Bandeirantes, Rádio Mayrink Veiga, com programas de música, onde apresentou vários cantores, a exemplo de Orlando Silva, que apresentado a ele por Bororó, o ouviu cantar em seu carro. Imediatamente vendo a qualidade da voz de Orlando Silva, o convidou para participar do programa e apresentá-lo, na época da radio Cajuti. Chico viola trabalhou ainda, nos dois últimos 11 anos de sua carreira e de sua vida, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro *** Assim como seu ídolo Vicente Celestino a voz de Francisco Alves era uma voz de tenor e com o tempo ficou consolidada com uma voz de barítono. Mesmo tendo este timbre de voz Francisco Alves, com sua voz e sua carreira, acaba com a mania do cantor ter que cantar empostado, como se estivesse numa aula de canto. Em Buenos Aires Francisco Alves conhece pessoalmente Carlos Gardel.  O artista participa dos filmes Coisas Nossas (1931), Alô, Alô, Brasil (direção de Wallace Downey, 1934), Alô, Alô, Carnaval (dirigido por Ademar Gonzaga, 1936) e Laranja da China, com direção de J. Rui, em 1938.  Em 1939 realiza a primeira gravação de Aquarela do Brasil, o compositor Ary Barroso um arranjo de Radamés Gnattali. Na década seguinte grava compositores como Assis Valente, Lamartine Babo, Dorival Caymmi, Herivelto Martins, Lupicínio Rodrigues por exemplo, passando por várias gravadoras. E é nesta década que participa dos filmes Samba em Berlim (1943), Berlim na Batucada (1944), Pif-Paf (1945) e Caídos do Céu (1948), dirigidos por Luiz de Barros.  Participa ainda no teatro municipal da peça da favela do Catete de Freire Júnior *** Francisco Alves morre tragicamente em um acidente automobilístico na Via Dutra em 27 de setembro de 1952. Ele tinha feito uma visita a São Paulo e ao se despedir da cidade realizou um show no Largo da Concórdia. Era um sábado, e às 14 horas o Show teve início. Cerca de 6 mil pessoas assistiram ao show e Francisco Alves, preocupado porque no domingo tinha o programa na Rádio Nacional, disse quando a multidão pediu que cantasse a voz do violão: A voz do violão não vai dar tempo!!!... Ele canta apenas um trecho da música.... Mais duas músicas e o show acaba... ele sai... pega a Dutra Eram 17 horas e 30 minutos, aproximadamente e Chico Alves   dirigia seu Buick, e conversava com Haroldo Alves, amigo que ia com ele. Conversavam sobre o jogo América x Bangu, Chico Alves  e Haroldo eram americanos e o time estava vencendo de 2 x 1. Iam felizes, ... comentavam os lances do jogo. De repente... Um estrondo horrível... o carro de Francisco Alves se choca violentamente com caminhão do Rio Grande do Sul que vinha na contramão em sentido contrário. Francisco Alves morre instantaneamente. Com choque o veículo se incendeia e Chico Alves fica carbonizado. O acidente foi no atual km 102,5 Norte (antigo km 275,5), apenas 500 metros após a ponte sobre o Rio Una (que marca a divisa de Taubaté com Pindamonhangaba) Haroldo Alves foi socorrido e levado à Santa Casa de Taubaté em coma. Haroldo declarou depois: “O carro não vinha correndo muito... Segundo o apurado um veículo entrou imprudentemente na Via Dutra e o caminhão teve que se desviar para não bater nele, Francisco Alves Vendo caminhão que vinha em cima, foi para o acostamento. O caminhão também... para não bater foi para o acostamento Então o choque, violento, o incêndio...Francisco Alves preso as ferragens do carro morre ali. Era 27 de setembro de 1952. ...A voz do violão não vai dar tempo de cantar!!, disse Francisco Alves para a multidão, antes de iniciar a volta para o Rio de Janeiro pela Via Dutra.... No dia seguinte o corpo é velado, por uma multidão de no mínimo 100 mil pessoas. Elis Regina em uma das entrevistas fala do dia da morte de Francisco Alves. Ela que todo domingo a meio-dia quando começava o programa do Chico Viola, parava para ouvi-lo, conta que sua mãe ao saber da notícia da morte do cantor, chorava como se tivesse morrido alguém da família. O Brasil chorou, afinal como disse a professora Rose Esquenazi, foi com ele no seu programa “Quando os Ponteiros se Encontram”, que deu início a admiração, principalmente das mulheres, por quem trabalha no rádio. Depois da morte de Francisco Alves, João Dias, que tinha sido “eleito” pelo próprio Chico Viola para ser seu sucessor, por ter um timbre de voz parecido com o dele, foi uma tentativa da Rádio Nacional, para substituir Francisco Alves no programa, mas não houve sucesso. A trajetória de Francisco Alves ocorre numa época em que a cultura brasileira passou por transformações. Nas artes do Brasil nesse período teve o movimento modernista, valorizando a cultura brasileira, mais do que era valorizada com as tendências artísticas anteriores e houve também a expansão de Festas Populares, do teatro de revista, do cinema e o aprimoramento da Indústria fonográfica no Brasil do qual como citamos antes Francisco Alves foi o primeiro compositor a gravar no novo sistema.  Também o rádio se desenvolve mais do que até então. Além disso Francisco Alves é um artista e não se fecha a tendências da época, não ficando preso a um estilo romântico ou elitista. Ao contrário, ele, como já dissemos, sem preconceito nenhum difundia vários gêneros musicais incluindo o samba. Francisco Alves como vimos foi um marco na cultura do pais e teve o mesmo papel, que Gardel na Argentina e Caruso na Itália no começo do século XX, ou de Pavarotti, na Itália difundindo a música italiana, no final do século XX. No Brasil temos além de Gabriel o Pensador, que faz este trabalho de divulgar músicas de compositores de favelas, o compositor e cantor Zeca Pagodinho, que não hesita em estar em contato compositores mesmo que sejam de favelas, gravando também Noel Rosa, inclusive. Aqui poderíamos citar muitos outros compositores e cantores que trabalham assim, mas o primeiro que realizou este trabalho, de modo constante, o pioneiro neste trabalho foi sem dúvida, no campo especificamente musical, Francisco Alves.  
trechos do último show de Francisco Alves no Largo da Concórdia SP
programa de Cezar Ladeira na Rádio Nacional em Homenagem a Francisco Alves, em 28 de setembro de 1952, um dia depois da morte do artista
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