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CONCESSÃO DO SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E
ESGOTO DE JABOTICABAL- SAAEJ DIVIDE OPINIÕES
NA CIDADE
Por Mentore Conti Mtb 0080415 SP foto - Plenário durante
votação do projeto de concessão - Ana Paula (Assessoria
de Impressa da Câmara de Jaboticabal)
Jaboticabal 6 de outubro de 2025
A aprovação do o
Projeto de Lei nº
138/2025,
autorizando a
concessão dos
serviços de
abastecimento de
água e esgoto à
iniciativa privada
em Jaboticabal,
pela Câmara Municipal da cidade no último dia 15 de
setembro de 2025 continua causando polêmica. O texto foi
aprovado por 11 votos a 2, ( votos contrários de Pepa
Servidone e Mandi) após intenso debate entre vereadores
e forte presença do público no plenário.
A medida divide a opinião dos moradores: enquanto parte
da população acredita que a parceria com o setor privado
pode garantir investimentos e modernização, outra parcela
teme o aumento das tarifas e a perda do controle público
sobre o serviço.
A proposta aprovada pela Câmara Municipal marca um
dos capítulos mais controversos da política local recente.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Jaboticabal
(SAAEJ), criado na decada de 1970 para garantir a
autogestão do sistema de saneamento, enfrenta há anos
desafios financeiros, envelhecimento de equipamentos e
reclamações sobre desabastecimento em bairros
periféricos.
A administração municipal alega que o modelo de
concessão é a única alternativa viável para atrair
investimentos que o poder público, sozinho, não consegue
realizar.De acordo com a justificativa do Executivo, a
concessão permitirá aporte privado em obras de
modernização da rede, expansão da capacidade de
tratamento e redução das perdas de água. Além disso, o
modelo atende às diretrizes do Marco
Legal do Saneamento (Lei Federal nº 14.026/2020), que
estimula a universalização dos serviços até 2033.Os
defensores da proposta argumentam que a eficiência da
gestão privada poderá melhorar o atendimento e reduzir
os custos operacionais. Também citam a possibilidade de
transferência de tecnologia e acesso a financiamentos que
hoje não estão disponíveis à autarquia. Por outro lado,
parte dos funcionários e parte da oposição alertam que a
concessão pode representar uma privatização indireta de
um serviço essencial, com riscos de tarifas elevadas e
diminuição da transparência na gestão.
O medo das tarifas mais caras tambem é a preocupação
de parte dos entrevistados, pelo Jornal Cronica e ArteAs
críticas também incluem o receio de demissões no
SAAEJ, uma vez que a empresa vencedora da licitação
poderá definir seu próprio quadro funcional. Há ainda
preocupação com a fiscalização: caberá à agência
reguladora regional, a ARES-PCJ, supervisionar as metas
de investimento, qualidade e tarifas, o que exigirá
acompanhamento técnico constante.
Do ponto de vista
político, a votação
expôs divisões claras
na Câmara. Enquanto a
base aliada do governo
defendeu a medida
como necessária e
estratégica, a oposição
tentou adiar a apreciação do projeto alegando falta de
transparência nos estudos prévios. A sessão contou com
manifestações de servidores e moradores, alguns
portando faixas contra a concessão.
Com a sanção da lei, o próximo passo será o
Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), etapa
em que empresas privadas apresentarão estudos técnicos
e econômicos para embasar o futuro edital de licitação.
Somente após essa fase será definida a modelagem
contratual e as contrapartidas exigidas da
concessionária.A experiência de outras cidades paulistas
indica que processos de concessão desse tipo costumam
levar meses, envolvendo análises sobre impacto tarifário,
prazos de investimento e cláusulas de desempenho.
Em Jaboticabal, a expectativa é que o debate continue
aceso, sobretudo porque o abastecimento de água é um
tema sensível, diretamente ligado à saúde pública e à
qualidade de vida.Independentemente da posição política,
especialistas defendem que o sucesso ou fracasso da
concessão dependerá da qualidade dos estudos técnicos,
da transparência nas audiências públicas e da atuação
firme do poder regulador.
A sociedade civil, sindicatos e imprensa local terão papel
fundamental em acompanhar o processo e garantir que as
promessas de modernização não se convertam em
aumento de custos ou perda de controle público.
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