Cronica e arte
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1964: HÁ 57 ANOS ACABAVA O RISCO DE UMA
DITADURA COMUNISTA NO BRASIL
País viveu um reflexo da guerra fria. (movimento de
1964 começou 31 de março e foi concluido dia 1 de
abril)
Por Mentore Conti Mtb 0080415 SP fotos internet
(domínio público)
Jaboticabal 30 de março de 2021
No dia 1 de abril em
1964 houve a
implantação de um
governo político
militar que duraria
até 1985. Assim
devemos configurar
aquele período, pois
este período foi uma
reação a João
Goulart que dera espaço aos sindicatos e aos partidos
de esquerda, como PCB e PCdoB. Esta reação teve a
reunião de 17 governadores, capitaneados por Carlos
Lacerda, governador do então Estado da Guanabara, (A
Guanabara foi um estado do Brasil de 1960 a 1975, que
existiu no território do atual município do Rio de
Janeiro. Em sua área, esteve localizado o antigo Distrito
Federal).
A Igreja Católica Apostólica
Romana e o Exército
acabaram aderindo à
reação de João Goulart por
causa da linha de esquerda
que seu governo ganhava.
Joao Goulart fizera vistas grossas inclusive ao
treinamento de guerrilha feito por Fidel castro no Brasil
junto com Francisco Julião, nas Ligas Camponesas.
Além disto Goulart fizera vistas grossas também em
relação a sindicalização de Sargentos do Exército.
Também não é verdade que todo o Exército estivesse
com os 17 governadores e outros políticos contra João
Goulart. Parte do Exército Brasileiro era de linha
comunista (desde 1922 quando parte do Tenentismo
da origem ao PCB) e os
comunistas tinham infiltração
inclusive na Marinha, como
me relatou nos anos 90 um
marinheiro que no dia 31 de
março estava no Rio
amotinado contra a tomada
de poder pelos militares e
civis de então. Uma
companhia de marinheiros
(reunida na sede do
Sindicato dos Metalúrgicos
do Rio de Janeiro desde o dia
25 de março de 1964) eram
subordinados ao Aragão, que era pró-Joao Goulart.
No fim do dia 31, como relato deste ex-marinheiro,
Aragão ordenou que eles se entregassem e todos foram
presos.
A anistia para muitos dos marinheiros só chegou na
década de 1980.
Outro erro crasso é dizer que os militares mandavam
sozinhos, sem participação de civis. Desde o início até o
final daquele período vários civis tinham postos chave
no governo federal.
O maior exemplo disto era o jaboticabalense Alfredo
Buzaid. Advogado e doutrinador em direito que ocupou
em 1968, o Ministério da Justiça, sendo de seu período
o AI5. Diga-se aqui que tal ato foi uma resposta na
época, necessária à luta armada que dera seus sinais
em 1966 com o atentado que grupos de esquerda
fizeram no aeroporto de Guararapes tentando matar
Costa e Silva.
Um outro exemplo
de influência civil
naquele período foi
a imposição de
Castelo Branco
como presidente
interino. No dia 4 de
março Costa e Silva
que tinha sido um
dos comandantes
militares do golpe, chamou para um reunião os 17
governadores.
Na reunião ele anunciou que sua intenção era
permanecer como presidente, mas os 17 governadores,
disseram não e exigiram que o General Castelo Branco
assumisse (inicialmente o presidente Castelo Branco
cumpriria o mandato de Jão Goulart e sairia assim que
houvesse eleições em 1966, mas nao foi o que ocorreu.
Quanto à democracia, lembremos que os militares não
visavam a democracia, mas a esquerda também não. O
PCB de linha Soviética e o PCdoB de linha chinesa,
queriam a ditadura do proletariado.
Em vários momentos a ditadura ficou mais violenta,
mas não alterou em muito a vida do brasileiro e nem o
poderia. O brasileiro se pudéssemos definir, depois de
vários processos de educação para formação de
cidadania abortados e de muitos desmandos, é um
povo que poderíamos definir comum povo onde uma
grande parte de brasileiros são em certa medida
anárquica.
Não anárquico no sentido de sistema político, mas
anárquico no sentido de não se enquadrar em leis
normas, sistemas. O brasileiro em média tem ojeriza a
tudo que possa parecer estrutura, impedindo que uma
ditadura seja implantada de forma mais pesada como a
do Uruguai e Argentina nos anos 70.
O que levou em parte o governo militar as endurecer o
regime foi a reação do comunismo, visando fazer
guerrilha contra o regime já implantado.
Depois do atentado em Guararapes em 1966, uma serie
de grupos guerrilheiros começou a agir inclusive com o
sequestro de embaixadores, como Charles Burke
Elbrick (EUA).
Tendo os Estados
Unidos da América
apoiado o golpe
com a presença de
navios em 1964, a
URSS se fazia
presente através do
apoio de Cuba aos
Guerrilheiros no
Brasil, o que não
deixa de ser um
reflexo na época da Guerra Fria entre as superpotências
de então.
Houve excessos, sim, mas de parte a parte, mas além
dos excessos, o Brasil teve um crescimento econômico
principalmente em seu parque industrial e
infraestrutura.
Muito poderíamos falar aqui sobre este período e o final
da ditadura começou a ser desenhado por Emilio
Garrastazu Médici. Segundo seu filho Roberto Médici a
ideia do presidente era vencer as duas guerrilhas, a
urbana e rural e chamar eleições.
Tendo chegado em 1974, no fim de seu mandato Médici
acabara com a guerrilha urbana, mas restava a
guerrilha rural.
Daí o plano de empossar Geisel para vencer a guerrilha
rural e preparar a transição, com o governo figueiredo.
Muita gente hoje fala que o governo de 1964 a 1985 foi
ruim, sem citar o que se promoveu na época, sobre o
desenvolvimento econômico como citamos acima.
Um ponto a ser estudado ainda é a linha getulista que
voltou com o governo de 1964. Muitas figuras militares
em 1964, vinham do tenentismo e do ambiente da
revolução de 30, como Médici e Juarez Távora e mesmo
civis como Lacerda (oposição a Getúlio), Buzaid e etc.
Duas figuras com origem em Jaboticabal despontam
deste período, a primeira é Alfredo Buzaid (1914,
Jaboticabal, São Paulo - Falecimento: 10 de julho de
1991) que já citamos e a outra o jornalista Joaquim
Câmara Ferreira (Jaboticabal - São Paulo, 5 de
setembro de 1913 - São Paulo, 23 de outubro de
1970), Câmara, também conhecido como Comandante
Toledo, foi um militante e dirigente comunista,
integrante do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Joaquim Câmara era comandante da organização de
extrema-esquerda Ação Libertadora Nacional e
guerrilheiro na luta armada contra a ditadura militar de
então. Neste período do regime militar, tornou-se mais
conhecido por ser um dos comandantes do sequestro
do embaixador norte-americano no Brasil, Charles
Burke Elbrick, em setembro de 1969. Foi morto por
agentes da ditadura.
Joaquim Câmara era parente de Joaquim Baptista
Ferreira da família de João Pinto Ferreira que fundou
Jaboticabal
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