Home Música Noticias Literatura Contatto Serviços Pagina 8 Livros Outros...
Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João, 869,  14882-010, Bairro Aparecida Jaboticabal SP
1964: HÁ 57 ANOS ACABAVA O RISCO DE UMA DITADURA COMUNISTA NO BRASIL País viveu um reflexo da guerra fria. (movimento de 1964 começou 31 de março e foi concluido dia 1 de abril) Por Mentore Conti Mtb 0080415 SP fotos internet (domínio público) Jaboticabal 30 de março de 2021 No dia 1 de abril em 1964 houve a implantação de um governo político militar que duraria até 1985. Assim devemos configurar aquele período, pois este período foi uma reação a João Goulart que dera espaço aos sindicatos e aos partidos de esquerda, como PCB e PCdoB. Esta reação teve a reunião de 17 governadores, capitaneados por Carlos Lacerda, governador do então Estado da Guanabara, (A Guanabara foi um estado do Brasil de 1960 a 1975, que existiu no território do atual município do Rio de Janeiro. Em sua área, esteve localizado o antigo Distrito Federal). A Igreja Católica Apostólica Romana e o Exército acabaram aderindo à reação de João Goulart por causa da linha de esquerda que seu governo ganhava. Joao Goulart fizera vistas grossas inclusive ao treinamento de guerrilha feito por Fidel castro no Brasil junto com Francisco Julião, nas Ligas Camponesas. Além disto Goulart fizera vistas grossas também em relação a sindicalização de Sargentos do Exército. Também não é verdade que todo o Exército estivesse com os 17 governadores e outros políticos contra João Goulart. Parte do Exército Brasileiro era de linha comunista (desde 1922 quando  parte do Tenentismo da origem ao PCB) e os comunistas tinham infiltração inclusive na Marinha, como me relatou nos anos 90 um marinheiro que no dia 31 de março estava no Rio amotinado contra a tomada de poder pelos militares e civis de então. Uma companhia de marinheiros (reunida na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro desde o dia 25 de março de 1964) eram subordinados ao Aragão, que era pró-Joao Goulart. No fim do dia 31, como relato deste ex-marinheiro, Aragão ordenou que eles se entregassem e todos foram presos. A anistia para muitos dos marinheiros só chegou na década de 1980. Outro erro crasso é dizer que os militares mandavam sozinhos, sem participação de civis. Desde o início até o final daquele período vários civis tinham postos chave no governo federal. O maior exemplo disto era o jaboticabalense Alfredo Buzaid. Advogado e doutrinador em direito que ocupou em 1968, o Ministério da Justiça, sendo de seu período o AI5. Diga-se aqui que tal ato foi uma resposta na época, necessária à luta armada que dera seus sinais em 1966 com o atentado que grupos de esquerda fizeram no aeroporto de Guararapes tentando matar Costa e Silva. Um outro exemplo de influência civil naquele período foi a imposição de Castelo Branco como presidente interino. No dia 4 de março Costa e Silva que tinha sido um dos comandantes militares do golpe, chamou para um reunião os 17 governadores. Na reunião ele anunciou que sua intenção era permanecer como presidente, mas os 17 governadores, disseram não e exigiram que o General Castelo Branco assumisse (inicialmente o presidente Castelo Branco cumpriria o mandato de Jão Goulart e sairia assim que houvesse eleições em 1966, mas nao foi o que ocorreu. Quanto à democracia, lembremos que os militares não visavam a democracia, mas a esquerda também não. O PCB de linha Soviética e o PCdoB de linha chinesa, queriam a ditadura do proletariado. Em vários momentos a ditadura ficou mais violenta, mas não alterou em muito a vida do brasileiro e nem o poderia. O brasileiro se pudéssemos definir, depois de vários processos de educação para formação de cidadania abortados e de muitos desmandos, é um povo que poderíamos definir comum povo onde uma grande parte de brasileiros são em certa medida anárquica. Não anárquico no sentido de sistema político, mas anárquico no sentido de não se enquadrar em leis normas, sistemas. O brasileiro em média tem ojeriza a tudo que possa parecer estrutura, impedindo que uma ditadura seja implantada de forma mais pesada como a do Uruguai e Argentina nos anos 70. O que levou em parte o governo militar as endurecer o regime foi a reação do comunismo, visando fazer guerrilha contra o regime já implantado. Depois do atentado em Guararapes em 1966, uma serie de grupos guerrilheiros começou a agir inclusive com o sequestro de embaixadores, como Charles Burke Elbrick (EUA). Tendo os Estados Unidos da América apoiado o golpe com a presença de navios em 1964, a URSS se fazia presente através do apoio de Cuba aos Guerrilheiros no Brasil, o que não deixa de ser um reflexo na época da Guerra Fria entre as superpotências de então. Houve excessos, sim, mas de parte a parte, mas além dos excessos, o Brasil teve um crescimento econômico principalmente em seu parque industrial e infraestrutura. Muito poderíamos falar aqui sobre este período e o final da ditadura começou a ser desenhado por Emilio Garrastazu Médici. Segundo seu filho Roberto Médici a ideia do presidente era vencer as duas guerrilhas, a urbana e rural e chamar eleições. Tendo chegado em 1974, no fim de seu mandato Médici acabara com a guerrilha urbana, mas restava a guerrilha rural. Daí o plano de empossar Geisel para vencer a guerrilha rural e preparar a transição, com o governo figueiredo. Muita gente hoje fala que o governo de 1964 a 1985 foi ruim, sem citar o que se promoveu na época, sobre o desenvolvimento econômico como citamos acima. Um ponto a ser estudado ainda é a linha getulista que voltou com o governo de 1964. Muitas figuras militares em 1964, vinham do tenentismo e do ambiente da revolução de 30, como Médici e Juarez Távora e mesmo civis como Lacerda (oposição a Getúlio), Buzaid e etc. Duas figuras com origem em Jaboticabal despontam deste período, a primeira é Alfredo Buzaid (1914, Jaboticabal, São Paulo - Falecimento: 10 de julho de 1991) que já citamos e a outra o jornalista Joaquim Câmara Ferreira (Jaboticabal - São Paulo, 5 de setembro de 1913 - São Paulo, 23 de outubro de 1970), Câmara, também conhecido como Comandante Toledo, foi um militante e dirigente comunista, integrante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Joaquim Câmara era comandante da organização de extrema-esquerda Ação Libertadora Nacional e guerrilheiro na luta armada contra a ditadura militar de então. Neste período do regime militar, tornou-se mais conhecido por ser um dos comandantes do sequestro do embaixador norte-americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969. Foi morto por agentes da ditadura. Joaquim Câmara era parente de Joaquim Baptista Ferreira da família de João Pinto Ferreira que fundou Jaboticabal
História