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Cronica e arte

CRONICA E ARTE CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João, 869, 14882-010, Bairro Aparecida Jaboticabal SP
CRÍTICA: O FILME “A PRIMEIRA TENTAÇÃO DE CRISTO” DO GRUPO “PORTA DOS FUNDOS” Mentore Conti Mtb 0080415 SP // foto divulgação Jaboticabal, 18 de dezembro de 2019 O filme “A primeira Tentação de Cristo”, uma produção do grupo “Porta dos Fundos” e em exibição no canal Netflix, está gerando polêmica pelo tema escondido, ou seja, uma crítica à Cristo colocando-o como homossexual e ridicularizando toda a história de Cristo e a sua concepção. Não vou me ater aqui a profanação feita em relação a figura de Jesus Cristo, questão que já está sendo bem debatida, inclusive na Câmara dos Deputados em Brasília. Além desta questão, ao assistirmos o filme, com cerca de 45 minutos, teremos a ideia exata da mediocridade de quem o realizou. Independente da questão religiosa abordada, o filme não tem um roteiro bem desenvolvido, não há uma sequência lógica no filme com subdivisões que o tornem interessante ao expectador. Os diálogos de humor, que é o tipo de filme que se propôs a apresentar, são pobres e muito fracos. Ainda que se fale mais de uma sátira sobre o nascimento e a vida de Jesus Cristo, ela foi muito mal feita e muito mal elaborada. Basta compararmos com o filme “A Vida de Brian” filme de 1979, do grupo inglês Monty Python ou The Pythons, (que teve uma série na TV Britânica de 1969 a 1974 e produziu filmes até a década de 1980) para percebemos imediatamente, o quanto falta de qualidade no filme do grupo Porta dos Fundos. No filme A Vida de Brian temos a história de um carpinteiro que nasce em uma casa do lado da manjedoura de Cristo (e no mesmo dia) e por ter a mesma idade que o messias, muitas vezes é confundido com ele e passa por sérios apuros por causa disso. Mas no filme do grupo inglês nós temos um enredo dividido em três partes, diálogos concisos e inteligentes, uma fotografia de primeira e é um filme, que apesar de fazer uma sátira, não ataca de divindade alguma. O grupo inglês integrado por Eric Idle, Graham Chapman, John Cleese, Michael Palin, Terry Jones, criou um novo estilo de humor que chegou a ser imitado no Brasil pela trupe do Casseta e Planeta, mas já na época, uma imitação sem a mesma categoria. O grupo porta dos fundos agora tenta retomar o estilo, mas sem um mínimo de condições artísticas, para se igualar ao grupo inglês e fazer uma sátira, do porte que quiseram fazer com a vida de Cristo. Infelizmente o cinema nacional, com o cinema novo, abandonou o estilo que tinha sido iniciado pelos estúdios da Vera Cruz e que teve seguimento com a Amacio Mazzaropi. Ao dar esta guinada, nossos cineastas tirando raríssimas exceções, destruíram o cinema nacional, com produções que visavam apenas o aplauso de críticos ou mesmo ser elogiado em premiações, mas esquecendo o público. Ao contrário do cinema norte-americano, onde a produção é bem elaborada e encanta o mundo inteiro, o cinema nacional vive aos Trancos e barrancos. Pelo que vemos na produção do grupo “Porta dos Fundos” não foi desta vez que o cinema brasileiro começou a sair dessa mesmice de filme sem roteiro e sem pé ou cabeça, com um humor de piadinhas infames, quando é um filme de humor e de um filme, que em última análise não fala coisa com coisa, mesmo em se tratando de um filme de humor. Falar que profanaram os Evangelhos isso não é preciso nem dizer, mas além da profanação feita, ainda realizaram um trabalho de tão péssima categoria, que a única coisa que o espectador vai acabar sentindo no fim, é raiva de ter perdido 45 minutos assistindo uma babaquice.