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Cronica e arte

CRONICA E ARTE CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João, 869, 14882-010, Bairro Aparecida Jaboticabal SP
“M, O VAMPIRO DE DÜSSELDORFF”: UMA ANÁLISE DE NOSSA SOCIEDADE Mentore Conti Mtb 0080415 SP fotos Domínio público frames do filme Jaboticabal, 6 de dezembro de 2022 “M o Vampiro de Düsseldorff” é um filme que tem uma fotografia de primeira qualidade e um roteiro que retrata nossa sociedade contemporânea diante de crimes atrozes, mesmo tendo sido produzido em 1931. Com direção de Fritz Lang, o filme fala de uma série de assassinatos de crianças, por um psicopata que não consegue frear seu instinto de matar. O interessante desta obra cinematográfica é como os roteiristas Thea Von Harbou e Fritz Lang, retratam não só o crime e um enredo, para desvendar o crime, o que seria normal em um filme deste gênero. O filme mostra como diante de um crime atroz, a sociedade se torna cumplice de criminosos, para praticar justiça com as próprias mãos. Parece mesmo um filme que retrata o que se passa nos dias de hoje, quando por causa de um judiciário lento e muitas vezes ineficaz, parte da sociedade que se julga potencial futura vítima de crimes, ou tem algum parente que foi vítima de crime, não tem o menor pudor, moral, ou sensatez ao se juntar com criminosos. Nesta insanidade ou histeria esta parte da sociedade se junta com criminosos para combater um crime que aterrorizava a cidade de Düsseldorff, o que seria uma incoerência, e ainda de boca cheia, denomina estes malfeitores de “tribunal do crime” (no filme apenas Tribunal) Em nossa época, numa histeria moderna, nós temos até parte da imprensa que não percebe, o quanto enaltece o crime. Neste ponto muitos alegam que as pessoas levadas a estes julgamentos por criminosos, cometerem crimes abomináveis, mas se esquecem que qualquer crime, ainda que não de homicídio, é abominável. Se não o fosse, não seria crime em um código penal. Voltando ao filme, os criminosos que capturam o maníaco que matava crianças, só tentam puni- lo porque a polícia ao buscar o autor dos crimes, atrapalha a atividade criminosa, jogatinas e prostíbulos, por causa das investigações. “M o Vampiro de Düsseldorff” então é um filme que discute como a sociedade na época, e a sociedade hoje, já que vemos o mesmo comportamento em nossos dias, caminha no limiar entre a civilização e a barbárie, onde a transgressão e o crime, podem se tornar aceitos pelo Ser Humano, como se fosse um ato do dia-a-dia, algo corriqueiro. A questão da psicopatia e da normalidade em relação ao crime e o quanto esta diferença, causa a condenação e absolvição de uma pessoa, é bem colocada pelos autores da obra. Vemos também a discussão de como a sociedade, acaba não entendendo, que um doente mental, não é passível de ser condenado por crime. O filme é realizado em 1931, portanto depois de 71 anos da criação da criminologia, por Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafaelle Garofalo e qundo já transcorrera cerca de sessenta anos do nascimento da psicologia como ciência. Também temos nesta época as influencias do darwinismo social, criado por Francis Galton, Primo de Charles Darwim, doutrina na qual, a ideia de excluir do meio social pessoas que não fossem adaptadas à uma sociedade, ou não tinham se sobressaído em sociedade, infelizmente, era uma ideia comum e aceita. Aliás é na esteira deste pensamento, que no Brasil em Barbacena, um hospício (nome dado na época para hospitais psiquiátricos) foi usado, para se internar quem não se ajustava na sociedade brasileira, mas isto é tema para um outro artigo, como de fato faremos. As questões levantadas por este filme merecem um estudo mais aprofundado, o que procuraremos fazer por meio da Editora Cronica e Arte e do jornal Crônica e Arte Sobre estas questões da sociedade e o crime a Editora Cronica e Arte, tem um conjunto se sete aulas, quer busca entender e explicar a questão do crime e do ser humano denominado “Sociedade, Violencia e Direito Penal” O filme termina com uma advertência que também é atual até nossos dias: “nós deveremos cuidar mais de nossas crianças”.
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