Cronica e arte
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DA TORNEZELEIRA A COLEIRA – O ATENDIMENTO
PRECÁRIO MATA MAIS DO QUE A FALTA DE
ATENDIMENTO
Jaboticabal, 8 de abril de 2022
Os
acontecimentos e
desdobramentos
que tem
acontecido
ultimamente no
Brasil, tem
colocado o senso
de liberdade que
todos nós tínhamos
desde a promulgação da Constituição Federal de 1988
em xeque. A Constituição Cidadã, promulgada em 5 de
outubro de 1988, tornou-se o principal símbolo do
processo de redemocratização nacional. Após 21 anos
de regime militar, a sociedade brasileira recebeu uma
Constituição que assegura; além de muitas liberdades,
a liberdade de expressão e de pensamento.
Contrariando este preceito Constitucional,
um Deputado Federal teve prisão preventiva decretada
sob o arrepio da Lei maior que garante aos
representantes do povo a imunidade parlamentar. A
imunidade parlamentar é garantida pelo artigo 53 da
Constituição Federal de 1988 que impede,
principalmente, que os parlamentares fiquem
fragilizados diante do Executivo e do Judiciário e sejam
processados ou julgados por suas posições ideológicas.
Por outro lado, os regimentos internos da Câmara e do
Senado prevê em penas que vão desde advertência
até perda do mandato para parlamentares que
quebram o decoro. Fonte: Agência Senado.
Senadores,
deputados federais e
estaduais só podem ser
presos em flagrante e
por crimes
inafiançáveis. A
garantia da imunidade
parlamentar lhes
assegura, “um estado de relativa incoercibilidade
pessoal”. Por isso, é vedada contra parlamentares a
determinação de prisão temporária, preventiva ou de
qualquer outra modalidade de prisão cautelar.
Outrossim, a prisão só pode ser decretada se houver
autorização dos pares.
Além da discrepante decisão de decretar a
prisão preventiva, o que não é permitido pela CF/88,
foi ordenado instalar no Deputado Federal a
tornozeleira eletrônica, o que também constitui um
escarnio ao Direito Constitucional. Para completar a
situação que já estava crítica, agora ficou pior,
operando o silêncio gritante na Câmara Federal. Os
Deputados Federais e o presidente da Câmara estão se
omitindo, o que demonstra que além da tornozeleira
eletrônica instalada no Deputado Daniel Silveira, foi
instalada coleiras nos 513 Deputados Federais
aprisionando os legítimos eleitos representantes do
povo os reduzindo o poder legislativo a insignificância.
Tais
desmandos tem
reflexo nas demais
esferas
administrativas
causando a falsa
expectativa de que
”tudo podem”
investidos em seus
cargos públicos. Dia
destes em uma sessão da Câmara Municipal um lídimo
representante do povo disse que o Chefe do Executivo
ainda não colocou as “nádegas no banco dos réus” e
espera-se que não coloque, mesmo porque a sua
investidura no poder, não pode leva-lo a crer;
falsamente, que sua autonomia, confiança e segurança
está bem, quando pode não estar.
Outra frase que ecoa sempre nas sessões da
Câmara Municipal é que a “pressa é amiga da
perfeição” quando se atribui a rapidez no atendimento
de urgência aos pacientes que são atendidos pela
saúde pública. Nesta semana esta frase não teve o
resultado que se espera dela. Uma criança agonizou
por dois dias na UPA (Unidade de Pronto Atendimento)
aguardando uma vaga de CTI para ser transferido.
Com saturação de oxigênio abaixo de 85 teve parada
cardíaca e não pôde retornar para sua casa junto dos
seus. Infelizmente como tem acontecido com
frequência o menino faleceu.
E a pergunta que ressoa é: Quais as
providencias foram, ou serão tomadas para que casos
como estes não se repitam? Nosso povo está também
sofrendo e não tendo direitos fundamentais que devem
ser garantidos por nossos gestores. Quando não há
respostas a estes questionamentos está explícita a
demonstração que estamos sendo aviltados com
“tornozeleiras” pois o povo tem direitos mas não estão
sendo respeitados.
Ressalta-se que não havendo as respostas
por quem de direito e obrigação deveria dar a esta
pergunta, os gestores de nossa querida Jaboticabal
podem estar caminhando para um estado de letargia e
adestramento. Assim os Deputados Federais estão
calados frente ao estupro da Constituição Federal,
aceitando os desmandos e atendendo interesses
impróprios, nossos gestores públicos vão acabar
também “na coleira”.
Tantas verbas são
conquistadas e destinadas a
saúde de Jaboticabal. Tais valores
são recebidos com alaridos,
festejos, divulgados e
comemorados, porém, o
atendimento público de urgência
agoniza, ficando longe da frase
que volta e meia circula pelas
sessões da Câmara Municipal “A
pressa é amiga da perfeição”.
Certamente poderá ser
dito por alguém que defende esta
inoperância, “a destinação e
utilização destas verbas são coisas diferentes”. -Mas, o
que é diferente que nem explica? – Como explicar, e o
que explicar para a mãe que aguarda por dois dias
com seu filho nos braços, dentro de uma unidade de
saúde e de forma cruel, sua vida se apagando?
O direito humano à saúde não tem sentido
sem um atendimento de boa qualidade. O atendimento
precário pode matar mais do que a falta de
atendimento, pois cria nas pessoas a falsa segurança
de que está recebendo o atendimento necessário.
FALANDO
SÉRIO
João Martins Neto Mtb 0091259 SP
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facebook do autor e internt
*Dr João Martins Neto é Advogado
e Jornalista em Jaboticabal SP
*Dr João Martins Neto é Advogado em Jaboticabal SP