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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br  Rua São João, 869,  14882-010 Jaboticabal SP
 MARIO DE ANDRADE E O MOVIMENTO MODERNISTA Mentore Conti Mtb 0080415 SP // foto EBC e domínio público Jaboticabal, 16 de fevereiro de 2022 Para falarmos em movimento modernista, é necessário entre outras fontes, ler  de Andrade, uma das figuras centrais do movimento e que, em 1942 escreveu sobre a questão. Em um livro feito de uma palestra sua, em comemoração aos vinte anos do movimento, ele expõe questões descuradas, não observadas, até por jornalistas de renome, sobre a Semana de Arte Moderna. Neste livro que se denominou “O Movimento Modernista”,  de Andrade nos diz, que antes da Semana de 1922, autores como Manuel Bandeira, já usavam do verso Livre (sem métrica). De acordo com ele, , ninguém sabe quem realmente deu a ideia de se realizar a Semana de Arte Moderna. O fato é que de uma inquietação inicial de vários artistas, entre eles Guilherme de Almeida, a ideia de movimento ganhava corpo. Houve então a exposição de Anita Malfatti, com quadros expressionistas e cubistas e, toda uma agitação. Aqui devemos lembrar a severa crítica de Monteiro Lobato, publicada em jornal, com o Título “Paranoia ou Mistificação”. Fez com que os ânimos se acirrassem, cada vez mais. A ideia de levar as raízes do movimento para o Rio de Janeiro, e como o grupo de escritores paulistanos, já tinham lido seus versos, seus poemas, na então Capital do país, são fatos narrados também neste livro. Neste livro de Mário de Andrade ficam demonstrados os erros aos quais incorreu o jornalista Ruy Castro, na sua coluna do jornal “Folha de São Paulo” do último dia 5 de fevereiro. Neste artigo Ruy Castro diz em outras palavras, que o movimento não teve muita repercussão e que a Semana de Arte Moderna caiu em um ostracismo. Como escrevi no artigo anterior (ler clicando em link no final deste artigo), sobre a Semana de Arte Moderna ela foi um marco, um Klaxon (aqui usando esta palavra em inglês, que significa buzina, que foi nome de uma revista do movimento modernista a partir de maio de 1922, e que teve nove edições). Neste livro de Mário de Andrade, o autor vai explicar isto, com os detalhes de quem vivenciou o movimento e explicar que as ideias modernistas já vinham de anos anteriores. Mário de Andrade também nos conta neste livro, como já tinha todo um trabalho sobre o regionalismo, por parte de escritores como Monteiro Lobato e como a exposição de Anita Malfatti, que fez eclodir a Semana de Arte Moderna, não teria o mesmo impacto no Rio de Janeiro. O autor nos explica também como concebeu o livro de poemas “Paulicéia Desvairada”, que foi também um marco no modernismo brasileiro. Segundo Mário de Andrade, o título e o livro lhe veio em mente, depois das críticas e do escândalo familiar, quando ele comprou de Brecheret o Cristo de Trancinhas”. Mário de Andrade, nos fala neste livro que a contribuição do modernismo, não foi criar uma estética, propriamente dita, mas sim a mudança de espírito do artista a partir de então, de se desvincular de linhas acadêmicas. É interessante como Mário de Andrade, neste livro, conta de seus discursos e declamações, no meio das vaias e insultos recebidos durante os dias da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. Neste livro também o autor nos expõe que o trabalho que realizaram, foi de certa forma, pouco convincente, como na questão da “língua brasileira” por exemplo. Segundo Mário de Andrade a geração da Semana de Arte Moderna, foi vítima do prazer que tinha da vida e da festança, onde se desvirilizaram. Este livro que segue em PDF, logo abaixo deste artigo, na edição de 1942 é realmente fundamental, para quem quer entender o que foi a Semana de Arte Moderna de 1922. O leitor pode encontrá-lo também, mas edições das obras de Mário de Andrade, pela Livraria Martins Editora no volume “Aspectos da Literatura Brasileira”. Mário de Andrade que nasceu em 1893, foi poeta, romancista, contista, folclorista e  (oras caro leitor, se ele era pianista e professor de piano e compôs as músicas “Minha Viola Quebrada” e “Cabocla Jurema”, porque não dizer músico também?). Durante sua atividade intelectual,  Mário de Andrade, criou e dirigiu o Departamento de Cultura do Município de São Paulo, criando neste período uma Biblioteca Circulante e, para escândalo geral, abrindo o Teatro Municipal de São Paulo ao público em geral.  de Andrade tem em sua obra, um livro fundamental para quem quiser entender o povo brasileiro. Falo aqui do romance “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”, uma obra que baseada em lendas que recolheu, inclusive no norte do país, traduz o que é a alma e o que pensa a média da nossa população. Um livro tão importante quanto “Raízes do Brasil” e “Visões do Paraiso” de Sergio Buarque de Hollanda, que também participou do modernismo.  de Andrade foi retirado do cargo de diretor do Departamento de Cultura do Município de São Paulo (hoje Secretaria Municipal de Cultura), por causa de mudanças políticas, (a Revolução de 1930) e acaba morrendo de desgosto por este fato e pelos rumos que via no Brasil de então.  de Andrade morre, aos 52 anos incompletos, por causa de um ataque de angina em 25 de fevereiro de 1945 (ano que o autor tinha previsto para o seu falecimento).