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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João 869,  148882-010 Jaboticabal SP
A TIA ALZIRA Uma crônica de Mentore Conti // foto EBC Jaboticabal, 16 de dezembro de 2017 Bernadete seguiu em direção a casa da mãe, dona Luiza para visitá-la e lá, entre um café e outro, acabou lembrando que sua tia Alzira ia fazer uma visita e em poucos dias estaria ali. E a mãe rapidamente no meio da conversa, quando ficou sabendo que Alzira ia chegar, já foi falando rapidamente: ---vem fazer o que aqui, aquela preguiçosa aqui, está sempre dormindo, não faz outra coisa na vida a não ser dormir e mocorongar. Vai lá, vai lá, é capaz de vir aqui ficar dormindo no sofá. Ma que bella visita você me arruma!!! Bernadete pondo água benta disse: mas ela é uma tia tão querida. É querida, mas está sempre dormindo, diz d. Luiza, sempre dormindo, quando se tem um compromisso se você vai com a Alzira ela demora que demora. Você não lembra como ela já deu trabalho? Um a vez no casamento do Orestes, ela cismou que queria ir com a gente e de tanto que seu pai insistiu, que ela era parente, que eu concordei. Ah quello vecchio !!! disse d Luiza à Bernadete. Vocês eram todos pequenos e um casamento era um motivo para se passear. Na época não se saía toda semana e a gente tinha que trabalhar na roça, cuidando da criação. Então ir a cidade num casamento, tinha todo um sabor diferente do que é hoje e então preparamos tudo. Dona Luiza continuou. Compramos roupa nova, compramos sapatos para vocês. Tu não deve lembrar, mas você era muito criança e estava empolgadíssima com tudo que estava acontecendo. Aquele dia Alzira dormiu aqui já para evitar qualquer transtorno e tudo ia bem até que ela começou a se arrumar. Subiu para o seu quarto ele ficou lá. O casamento era às 7 h horas da noite e eram 6 horas e nada da Alzira descer. Quando eu fui chamar ela como sempre começou: adesso vado, já estou indo... Alzira, já são 6:15h, a gente precisa ir, estão esperando na igreja e o padre não espera. Eh và, lá, respondeu Alzira, aspetta um pouquinho, estou pondo os brincos. Desci e fui falar com seu pai, disse d Luiza a Bernadete. ---está vendo seu vecchio pazzo o que você foi fazer, trazer a Alzira é não ter hora para sair, maledetta hora que fui te escutar.... Ele como sempre quando eu estava brava, ele me olhou deu uma risadinha de ironia e disse: ah sua stupidona --- disse isto e voltou a sentar no sofá. Ah quello vecchio !!! Eu voltei lá... --- Alzira, está pronta?!! ---- estou terminando disse Alzira, pondo os brincos, já disse, calma, adesso vado!!! aspetta, espera um pouquinho --- ma que, estes brincos são tão especiais e solitários, que você precisa conversar meia hora com eles, vamos com isto, que se demorar mais de dou um pugno in testa --- disse d Luiza. *** Alzira sempre foi assim, a vida inteira, tinha um tempo de fazer as coisas só seu, para irritação das irmãs e cunhadas, para desespero dos compromissos. Depois de mais de duas horas, d Alzira saiu, e todos puderam finalmente ir. Já eram oito horas e como o bairro (***) ficava longe da catedral, branca e majestosa naquele vale, complementando a paisagem de um lugar que parecia a Europa no sul do pais, eles chegaram à igreja somente as 8:20 h, com o casamento praticamente no fim e os convidados já quase para se levantar e irem para a festa, próximo onde d Luiza morava. --- está vendo seu vecchio pazzo, io non disse para não trazer a Alzira, ma você non me escuta, ela sempre com este adesso vado adesso vado... fazia bem o pai dela que quando ela demorava em fazer as coisas achava ruim. --- lembra que já te falei, que quando a gente era criança o pai dela, uma vez, jogou pelota de barro nela, ela estava colhendo arroz, sentou em meio a plantação e ficou mosqueando e ele começou a falar alto: ---vamos Alzira, acorda menina, vai dormir a vida inteira!! Heitor, marido de d luzia, olhou para a mulher e sorriu, da estória contada tantas vezes, Heitor via na mulher, a Beatriz, musa de Dante Alighieri, mas isto é outra história. *** Então filha, disse d luzia à Bernadete, quando a Alzira vier, o jeito é fazer um litro de café, quem sabe resolve --- disse e riu. ----- vocabulario: Mocorongando, demorando, agindo como mocorongo (dialeto do sul) Quello vecchio – aquele velho (italiano) Aspetta – espera  (italiano) Mosqueando – demorando, comendo mosca (dialeto do sul) um pugno in testa – um croque (italiano) vecchio pazzo - velho louco (italiano) stupidona – bobona (italiano)
jaboticabal, 10 de dezembro de 2017