Cronica e arte
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UM AMIGO BESTIAL!
Adaptação do conto “A cor da Pele” Gastão
Ferreira/2017 por João Martins Neto
Naquela noite Derso
acordou de um
sonho que se
transformou em
pesadelo; um bicho
o atacou durante o
sono. No começo do
sonho era um
cachorrinho preto
muito brincalhão, e o
seu nome era Sheik.
Sheik cresceu muito
rápido, e em poucos
meses seu tamanho
era o dobro de um
cão pastor alemão adolescente preto; animal não
abandonava o seu dono. Onde Derso estava, ali também
estava Sheyk, o interessante era que Sheyk quase não
se alimentava.
Coisas estranhas começaram à acontecer na zona rural
Onde morava Derso; animais de criação desapareciam
sem deixar vestígio. Porcos, galinhas, cabras
simplesmente sumiam.
Derso acordou assustado, algo ocorria no terreiro da
casa. Espiou pela janela e avistou Sheik bem ao lado da
leitoinha Jujuba, pareciam conversar.
Jujuba acompanhou Sheyk até a sua casinha, entrou.
Pela manhã notou que Jujuba havia desaparecido. Foi
assim com muitos outros animais domésticos, entravam
na casinha de Sheyk e sumiam.
Derso passou as perceber que alguns amigos também,
estavam desaparecendo. Primeiro à sumir foi o menino
Tiquinho Berola, depois Chico Pitanga, a Lindinha e o
filho do Cridão.
Naquelas beiradas, todos estavam ficando apavorados: -
onde foram as crianças? Onde estavam os bichos?
Derso começou a ouvir choro de meninos assustados,
miados de gatos invisíveis, alaridos de animais, e o som
vinha da casinha de Sheyk
Sheyk se mostrava dócil, um cachorro carinhoso que
amava o dono, mas Derso sabia que algo acontecia
todas as noites, algo além da imaginação e que o
animal estava envolvido de alguma forma.
Após o anoitecer, tomou coragem e foi espiar dentro da
casinha de Sheyk, o cachorro não estava. Escutou o
som de vozes, falas de criança e avistou Sheyk e dois
meninos se aproximando, saiu rapidamente da casinha
e escondeu-se atrás de uma árvore.
Os moleques entraram na casa do cachorro, a porta da
casinha era grande pois Sheyk era enorme e se fechou.
Entraram e não saíram, pedidos de socorro vindos do
nada, foram ouvidos. Derso tomou coragem e voltou a
entrar na casinha.
Derso foi quem construiu a casa de Sheyk, uma casa
espaçosa de um metro e meio por dois metros. Sem
medo enfrentou, e estava frente a frente com o
desconhecido e a escuridão o envolveu, o breu era
total, como a capilaridade da noite.
Agora a casa era imensa, andou por vários metros,
tateou a parede em busca de um interruptor, não achou,
detectou uma porta, abriu!!!
Gritou em desespero, todos os desaparecidos estavam
ali, todos mortos, e Skeyk acabara de papar um dos
garotos.
Sheyk não era o mesmo, era uma fera bestial
fumegando pelas narinas um vapor gelado, credo , um
ser infernal.
A besta aproximou de Derso, seus olhos fumegantes
penetraram o dono, e subitamente escancarou a boca...
Derso acordou do pesadelo, suava e tremia.
Foi difícil voltar a pegar no sono; pela manhã acordou
amuado, tomou café, foi alimentar as galinhas, na porta
de sua casa uma caixa de papelão; que será?
Abriu a caixa, e dentro um filhote de cachorro, um cão
pastor, negro como a noite mais escura, e na caixa
estava escrito o seu nome; Sheyk..
CONTOS & PIPOCA
João Martins Neto
FOTOS Facebook do autor e internet
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João Martins Neto é Advogado e
Jornalista eescreve neste site também
na coluna Falando Sério