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EM VERSOS ÍNTIMOSPor Luzia Madalena Granato, Professora, Escritora e Psicóloga – com nota introdutória de Mentore Conti Mtb 0080415 SP fotos EBC, Pexels (Kat Smith) Jaboticabal, 12 de novembro de 2022Nota IntrodutóriaNesta Coluna sobre Augusto dos Anjos temos o prazer de apresentar ao leitor de Crônica e Arte, a Professora, Escritora e Psicóloga, Luzia Granato, que analisará poermas de Augusto dos Anjos.Luzia Granato nos oferece uma atualização do que o poeta há 100 anos escreveu sobre a ingratidão. A Escritora Luzia Granato é autora de 7 Livros, entre eles “Mulheres e Homens Diamantes” e o segundo “Pétalas que exalam Perfume” e esta preparando seu oitavo livro para edita-lo brevemente.Com relação ao poema que apresentamos agora “Versos íntimos”, foi escrito como toda a obra do autor, no período em que a ciência, se desenvolvia com as ideias de Charles Darwin e de Francis Galton, primo de Darwin e que baseado na ideia evolucionista, criou o Darwinismo social.A linha de Galton, criava a ideia de aprimorar a raça humana separando os homens que foram bem sucedidos e abandonando, descartando, os homens que não conseguiam nada e eram considerados inferiores.Neste período a Criminologia desenvolve as ideias de Cesar Lombroso, do homem delinquente. Dentro deste ambiente podemos entender, ou começar a entender o estilo de Augusto do Anjos. Leia abaixo o poema de Augusto dos Anjos, a análise da escritora Luzia Granato e a declamação do poema (no Final da página). VERSOS ÍNTIMOSVês?! Ninguém assistiu ao formidávelEnterro de tua última quimera.Somente a Ingratidão — esta pantera —Foi tua companheira inseparável!Acostuma-te à lama que te espera!O Homem, que, nesta terra miserável,Mora, entre feras, sente inevitávelNecessidade de também ser fera.Toma um fósforo Acende teu cigarro!O beijo, amigo, é a véspera do escarro,A mão que afaga é a mesma que apedreja.Se a alguém causa inda pena a tua chaga,Apedreja essa mão vil que te afaga,Escarra nessa boca que te beija! Pau d‘Arco, 1901Em versos ÍntimosNa análise da primeira estrofe, o autor Pau d Arco 1901, Descreve o que ficou imortal, atual e moderno, sempre será. Que ao morrer fim de todos, ninguém enxergou, sonhos, fantasias, utopias, Do ser em si, poético, Apenas a ingratidão. Sentimento da maioria, que ao não se sentir amados, de fato, e reconhecidos, por seus méritos; São ingratos.No segundo momento, descreve a lama, que vive entre feras. Real e fantástico ao descrever como todos usam máscaras, e olho de peroba. Alerta, para sobrevivermos ao mundo precisa-se ser fera.Recurso que todos nós temos ao puxarmos o nosso tapete. Ele fala da inveja um inexorável sentimento, no obscuro da mente humana, Continua dizendo, calma, acende seu cigarro e espera, O destino de todos o espera, Ao citar o beijo, amigo, é a véspera do escarro,A mão que afaga é mesma que apedreja. Reforça que devemos estar atentos ao ser humano, será um ser em evolução? Ou continua em construção e desconstrução por seus caprichos de ego? A lei do talião. Olho por olho? ou sermos sinceros?Nos afastarmos de pessoas tóxicas. Discursa brevemente;Se alguém te causa inda pena a tua chaga,Apedreja essa mão vil que te afaga,Escarra essa boca que te beija! Como professora e psicóloga, nem sempre o que “te fere é o que cura” De Carl Gustav Jung? Penso que tudo tem limite, “A Boca fala o que o coração está cheio”. Matheus. Na educação cristã cabe perdoarmos 70x70 todo dia. Sim, mas não conviver. Para não adoecermos mais. A resposta cabe ao leitor. Luzia Madalena Granato, Escritora, Psicóloga e Professora.versos íntimos