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A REVOGAÇÃO DA PRISÃO ESPECIAL NO BRASIL E A
FALTA DE UM TRABALHO SÉRIO NO PAÍS
Mentore Conti Mtb 0080415 SP fotos Agencia Brasil EBC
Jaboticabal, 5 de abril de 2023
O Supremo Tribunal
Federal, revogou o
benefício, da prisão
especial para pessoas
que tem diploma
universitário prevista,
referida prisão, no
artigo 295 inciso VII,
benefício este que ia
até o transito em julgado da sentença condenatória.
Além da questão de que somente o Congresso Nacional
poderia revogar este benefício, já que instituído em lei,
questão que cito, por ser advogado e não poder deixar
passar em branco este tema de competência do
legislativo, um outro problema não foi mencionado e
persiste, o problema da insalubridade dos cárceres no
Brasil.
Antes de mudar estas questões como prisão especial, ou
endurecimento das leis penais, deve-se ter atenção com
outros problemas como cito abaixo.
Este problema que atinge a maior parte das prisões no
pais, é um problema que existe a séculos e parece ser
ignorado pela maioria dos
brasileiros. Possuidores de
um fetichismo à prisão, parte
dos brasileiros parece pensar
no preso que cumpre pena,
como alguém que merece
um castigo a mais, não
bastando, a privação da
liberdade.
O cárcere, as cadeias no
pais, com raríssimas
exceções, são locais insalubres, sujos e com presos
amontoados. Durante os anos que advoguei na área
penal, aqui na região de Jaboticabal e de Ribeirão Preto
(região medianamente desenvolvida em relação ao
restante do país), as cadeias eram desumanas, não
somente para os presos, mas também par os
funcionários do local.
Vários funcionários
(carcereiros,
diretores etc.) eu vi
com sintomas de
esgotamento
nervoso, por
trabalharem em um
local, com pouca luz e sujo. Eu sei que muitos leitores,
devem achar estranho, mas nós devemos lembrar que a
punição de um condenado à prisão, não deve
ultrapassar o criminoso. A punição não deve ultrapassar
a pessoa do criminoso, como também não pode
ultrapassar a sua privação de liberdade.
Aqui muitos leitores,
dirão... Ah!, .as o
preso matou, roubou,
e quer o que?
Leitores, não é
questão do que o
preso quer, mas sim
se nós que o
prendemos somos
civilizados o bastante
para entender, a evolução do direito penal nestes
séculos de história, ou se ainda queremos um pais que
viva no ano 500 a.C ou 1000 d.C.
Neste ponto do artigo temos que lembrar também, que
não existe sociedade sem crime e que, qualquer pessoa
pode ser presa em sociedade, em algum momento de
sua vida. O maior exemplo disto, foram as prisões que
se seguiram após o 8 de janeiro de 2023.
Vejam que mesmo quem cometeu apenas a invasão dos
prédios públicos em Brasília, e que, ainda que muitos
deles sejam absolvidos no processo, no momento do ato
e logo após o ato foram presos.
Quando se fala então, em qualquer medida de
endurecimento das leis penais, deve se pensar antes, ou
contemporaneamente a implantação de novas leis
penais, no aumento de vagas nos cárceres brasileiros.
Sem este trabalho de criação de novos presídios e de
melhoria nos cárceres atuais, qualquer medida punitiva
nova, aumento de pena, redução de benefícios aos
presos, não resultará em beneficio para a sociedade.
Aliás só fortalecerá os bandos criminosos, que muitas
vezes surgiram para lutar por melhoria dos presos e se
degeneraram em quadrilhas depois disto.
O que vejo muitas vezes nestas discussões, sobre
medidas para endurecer o cumprimento da pena do
criminoso, é um trabalho de empurrar a sujeira para
debaixo do tapete.
Muitos me
perguntam neste
ponto do artigo: Ah!
mas então com o
fim da superlotação
carcerária, criação
de cadeias limpas, o
cárcere no Brasil
ficará melhor do que muitas favelas, e muitos
mocambos e barracos onde moram trabalhadores?
A resposta é simples: por este questionamentos vemos
o quanto a sociedade brasileira é perversa com os
habitantes do pais. Pois permite, por ação ou omissão
que, um brasileiro viva em verdadeiras pocilgas, com
esgoto correndo ao céu aberto, agua mal tratada e
distribuída de modo inadequado em favelas e cidades.
De fato, não são somente as favelas, que têm péssimas
condições de moraria. Em Jaboticabal mesmo, ou
Ribeirão Preto por exemplo, a maioria das ruas tem
buracos, as praças são mal cuidadas, a agua não tem
um bom tratamento para distribuição, (como se vê em
fotos guardadas nesta editoria), prédios públicos e
prédios históricos que caem aos pedações e etc...
Na realidade nem as cidades e nem as cadeias devem
ter péssimas condições de habitabilidade. Afinal, nós
queremos fazer, um pais desenvolvido, ou um pais onde
fica impossível de viver a cada dia que passa.
Portanto é na melhoria, em primeiro lugar, das nossas
cidades, e concomitantemente, das condições dos
presos e etc., que faremos um país com índice de
desenvolvimento humano melhor. O que adianta morar
em um prédio da zona sul de Ribeirão Preto, de
condomínios fechados e etc., se ao sair na rua, qualquer
brasileiro encontra a miséria do pais em que vive?
E é com a melhoria das condições de vida de nossas
cidades que poderemos ter um efeito bom ao criar
normas penais.
Nosso pais não se desenvolverá, não terá o problema
penal resolvido, só com motociatas, (no governo
passado), ou com dancinhas em frente ao Ministério da
Cultura (no governo atual), para inaugurar letreiro na
parede do referido Ministério.
Em que ponto chegamos, o Brasil com índice de
violência alto, com favelas, cidades com prédios públicos
e históricos caindo e o que se faz? Se inaugura letreiro
na parede do Ministério da cultura com dancinha!!
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