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O ABORTO LEGAL OU CONSTITUCIONAL E A LIBERDADE
FEMININA
Um artigo de Mentore Conti Mtb 0080415 SP fotos Foto de
Yan Krukau: pexels
Jaboticabal, 5 de março de 2024
A possibilidade de
aborto se tornou um
direito constitucional
na França, neste
último dia 4 de março,
segunda-feira e, há
como que uma
comemoração em
relação à liberdade da
mulher, dispor de seu
próprio corpo. A
euforia é a tal ponto que o presidente francês Macron, vai
promulgar neste próximo dia 8, dia internacional da
mulher, o feito histórico, mesmo porque a França será o
primeiro país no mundo a colocar o aborto como um direito
constitucional.
Mas há o que
comemorar? Esta é uma
vitória realmente das
mulheres? Em que
aspecto?
O aborto voluntário, é admitido na maioria dos países, em
poucos casos, como em casos de estupro, risco de perder a
vida durante a gestação e problemas de eugenia (como no
caso do Brasil, a infeliz abertura da possibilidade de aborto
a crianças anencefálicas que, dependendo da falta de ética
pode gerar diagnósticos falsos para se provocar o aborto
voluntário).
Mas a possibilidade de se praticar o aborto é favorável
realmente a mulher? Aqui devemos nos perguntar até que
ponto a vontade de
uma mulher abortar é
realmente, uma
vontade dela, ou ao
contrário, resultado de
uma coerção social? A
coerção social pode
variar deste a questão
estética, imposta pela
ditadura da moda e da beleza, que diz que a gravidez,
muda o corpo da mulher, tirando em certo ponto sua
beleza, ou tirando sua liberdade, etc.
Esta liberação do aborto e agora euforia francesa, por ter
colocado este direito na constituição, reforçando a
possibilidade de interromper a gravidez, pode levar ao uso
da mulher, como mero objeto de prazer do homem, pois,
se não há o risco de engravidar (devido aos métodos
contraceptivos e agora, se estes métodos falharem, usar
do aborto para livrar-se de uma gravidez indesejada),
porque ter sentimentos em relação a uma mulher? É mais
prático, apesar de nada ético, usar da mulher como mero
objeto de prazer e , depois ir atrás de outra, repetindo este
ato ignóbil.
A este respeito nos
escreveu, falando sobre
o tema do aborto, o
Papa Paulo VI (papa de
1963 a 1978) que em
sua carta encíclica
“Humane Vitae” de 25
de julho do ano de 1968:
“ Considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que
tais métodos abririam à infidelidade conjugal e à
degradação da moralidade. (…) É ainda de recear que o
homem, habituando-se ao uso das práticas
anticoncepcionais, acabe por perder o respeito pela
mulher e, sem se preocupar mais com o equilíbrio
físico e psicológico dela, chegue a considerá-la como
simples instrumento de prazer egoísta e não mais
como a sua companheira, respeitada e amada”.
Será que as feministas e defensoras da dignidade da
mulher, chegaram a pensar neste problema? Certamente
não, acostumados a textos rápidos de redes sociais e aos
“bons dias” com figurinhas dos comunicadores eletrônicos
como mensenger, watssapp, e a falta de ética que permeia
toda esta sociedade moderna, pensam apenas na aparente
conquista de um direito e no holofote que estará a sua
espera, se ela defender algo contra os padrões sociais.
Mas e a liberdade feminina como fica? Me perguntarão os
leitores. Oras a liberdade quando se vive em uma
sociedade, deve seguir parâmetros sociais, questões de
ética etc, tanto que não há em nenhuma sociedade a
liberdade de se praticar o mal contra outra pessoa, ou agir
ofendendo o convívio social.
Assim, se a mulher tem o direito de decidir sobre seu
corpo, praticando inclusive o aborto, como fica o direito à
vida do feto, que segundo a ciência moderna, é vivo deste
a concepção? A resposta é obviamente, que a liberdade da
mulher não pode se estender ao corpo do feto.
Quanto deste ato de se liberar a mulher para abortar esta
incluído um processo de muitos países, em criar politicas
de diminuição da população ou de parte dela, para conter o
aumento populacional e não ter que se gastar em aumento
de infraestrutura, ou programas para diminuir a pressão do
crescimento
populacional sobre a
escassez de alimentos,
como se vê na teoria do
economista Thomas
Malthus?
Sobre a liberdade da
mulher é o Papa Paulo
VI ainda, que nos
ensina: “…. devem-se
reconhecer
necessariamente limites intransponíveis no domínio
do homem sobre o próprio corpo e as suas funções;
limites que a nenhum homem, seja ele simples
cidadão privado, ou investido de autoridade, é lícito
ultrapassar. E esses mesmos limites não podem ser
determinados senão pelo respeito devido à
integridade do organismo humano e das suas
funções naturais, segundo os princípios acima
recordados e segundo a reta inteligência do
“princípio de totalidade”, ilustrado pelo nosso
predecessor Pio XII”.
Na mesma linha o Papa São João Paulo II, (com
pontificado de 1978 a 2005), em sua carta encíclica
“Evangelium Vitae” de 25 de Março, de 1995,
“Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à
eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a
atribuir à liberdade humana um significado perverso
e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre
os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da
verdadeira liberdade”.
Muitos leitores me dirão, que minha posição está errada, já
que o Estado é Laico e, posições religiosas e de moral, não
podem interferir na legislação. Mas aqui devemos lembrar
que Estado Laico, é aquele cujas leis, não são, ligadas à
religião de um modo direto e imediato, mas, em cada ato
humano, há uma consciência e um Deus e, portanto, as
normas de uma sociedade, indiretamente, tem base na
moral e na religião. Devemos lembrar que toda nossa
sociedade foi instituída desde os primórdios, por reis
sacerdotes ( a exemplo dos sumérios, Egípcios, e mesmo a
antiga Roma, onde na terceira fase de governo, os
imperadores, eram também investidos como semideuses.
Há em realidade uma confusão entre Estado laico e o
Estado ateu, (aquele descrito por Lenin em seu livro “
Materialismo e Empiriocriticismo, mas que como, vemos na
história, não foi adotado totalmente, este Estado ateu,
nem na antiga União Soviética ou mesmo na China (como
vemos na crítica de Trotsky). A religião faz parte da vida
do ser humano e, como nos fala Dostoiévski, onde não há
a presença de Deus, toda a perversão é permitida.
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