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Cronica e arte

CRONICA E ARTE CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João 869, 14882-010 Jaboticabal SP
PATRIARCADO: AS RAÍZES HISTÓRICAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO OCIDENTE (Primeira Parte - para ler a segunda parte do artigo, clicar no link depois da matéria) Por Wlaumir Doniseti De Souza. Graduado em Filosofia e Pedagogia. Mestre em História e Doutor em Sociologia. Psicanalista. Contato:16.99753-2353 Jaboticabal, 19 de janeiro de 2023 Fotos e imagens EBC e Dominio Público O patriarcado é bem demarcado por K. Marx ao asseverar a “origem da submissão feminina no período de formação dos estados arcaicos” (GAMA LIMA; SOUZA, 2015, p.518). Destarte, as relações de gênero são anteriores ao patriarcado estando presente no matriarcado que o precedeu. Encontra o patriarcado, em Marx, sua forma típica na família Romana, notando-se que “a primeira opressão de classes com a opressão do sexo feminino pelo masculino” podendo-se falar em “esvravização de um sexo sobre o outro” ou mesmo a “primeira divisão sexual do trabalho é a que se fez entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos” (GAMA LIMA; SOUZA, 2015, p.516). Preferencialmente se aborda o patriarcado a partir de Roma e de seu Império, em sua conformação típica, qual seja: organização familiar e social ao redor da propriedade privada, patrilinearidade, paterfamilias (pai que exerce poder sem limites sobre a família) previsto pelo Estado no Direito Romano. Patriarcado além de uma conformação social é uma manifestação de poder de Estado, em sua origem, para a organização social e legitimação do masculino sobre o feminino. Assim, o patriarcado encontra campo fecundo de análise enquanto o Estado, ao longo do tempo e do espaço, em sua legislação priva a mulher de direitos, sejam eles civis, sociais, políticos, patrimoniais ou de personalidade e memória. E, para além disto, quando analisado da perspectiva do imaginário e das representações sociais, neste ponto entra em ação o patriarcalismo. No patriarcado as relações de violência que dele emergem e são legitimadas nas relações de gênero dominantes, se efetivam no seio da família e legitimado pelo Estado. Para além de ser um fenômeno histórico-social é também um conceito explicativo da realidade de longa duração com ritmo lento de transformação. Por larga escala de tempo transformou-se lentamente o patriarcado e as violências por ele sancionadas permaneceram mesmo diante das mutações da história adaptando-se o velho em novo, não sem pouca resistência, a diferentes contextos, realidades e discursos com baixa transformação em si mesmo, qual seja o elemento central e pouco mutante, a dominação, exploração, controle e subjugação da mulher e do feminino. Patriarcado, assim, é uma linguagem usada para falar de si mesmo e dos outros, para articular violência e poder, com tal força que atribui significados àquilo que domina e/ou influencia de uma forma que só diante de sentidos atentos poderia ser decifrado e/ou descontruído. Fora os poucos iniciados, todos os demais, com suas mentes dominadas, controladas, exploradas e violentadas, por este modo de ser e estar no mundo, sob a tutela do homem opressor, viveriam suas trajetórias sem notar que havia outra forma de viver no mundo sendo com ele cumplice e reprodutor. Nestes termos, patriarcado coisifica a mulher e todos os demais dependentes do poder do paterfamilias, as crianças, os escavizados e os animais. Tem poder de vida e morte inquestionáveis e legitimados pelo Estado. Deste prisma, patriarcado é, primeiro, um sistema social estruturante das relações sociais com base no poder e na violência como disciplinadores dos comportamentos e dos modos de se autocompreender e valorar enquanto homem ou mulher, e, em segundo posto, é determinado historicamente, mesmo diante de processos lentos de transformação, que faz notar as sutilezas de suas transformações conservadoras. Ou seja, o patriarcado encerra-se com o Império Romano. O patriarcado é, assim, uma organização familiar, social, política e econômica onde tudo é submetido ao patriarca, senhor das coisas, da vida e da morte, impondo a monogamia feminia, a patrilinearidade e a propriedade privada dos seres e das coisas. Assim, para além de uma forma moral, a monogamia femina é o controle, domínio e exploração do corpo masculino sobre e o corpo feminino, com isto, legitimando o sexo violento e violentador, o estupro destro das relações legalizadas pelo Estado. Não são as diferenças sociais que importam em primeiro plano, mas, antes e sobretudo as de gênero – poder, dominação, controle e exploração do homem sobre a mulher e todas as demais coisas, filhos, escravizados, agregados e animais. O poder do patriarcado e com ele do patriarca, não se resume ao espaço doméstico, familiar onde todas as formas de violência de gênero estão legitimadas pelo Estado, mas extrapola e se transmuta em poder social e político e econômico onde a defesa da honra do homem tudo legitima, inclusive e sobretudo a morte da mulher objetificada como coisa, como os filhos, os esvravizados e os animais. (CONTINUA) Wlaumir Doniseti De Souza. é Professor de Filosofia e Pedagogia. Mestre em História e Doutor em Sociologia. Psicanalista. Contato:16.99753-2353. Prof. Dr. Wlaumir D. De Souza Graduado em Filosofia Pela PUC - BH e Pedagogia pela Faculdade São Luís de Jaboticabal Mestre em História e Doutor em Sociologia pela UNESP. Currículo da Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/5216264437176590 Membro da Academia Luso-Brasileira de Artes e Poesias, cadeira 17. Membro da Academia Ribeirão-Pretana de Educação (ARE), cadeira 34. Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras (ARL), cadeira 28 PARA LER A SEGUNDA PARTE DO ARTIGO CLIQUE AQUI
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