Cronica e arte
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URNAS ELETRÔNICAS COM VOTO IMPRESSO AUDITÁVEL
(Nota Conjunta dos Clubes Militares - Clube Naval, Clube
Militar e Clube de Aeronáutica)
AE Luiz Fernando Palmer Fonseca -Presidente do Clube
Naval; GenDiv Eduardo José Barbosa-Presidente do Clube
Militar; Maj Brig-Ar Marco Antonio Carballo Perez-
Presidente do Clube de Aeronáutica fotos EBC e Cluber
Militar)
Rio de Janeiro, 02 de Agosto de 2021
A confiabilidade e a
transparência de um
processo eleitoral
constituem requisitos
básicos para uma
democracia saudável,
e suscitaram o debate
sobre a
implementação da urna eletrônica com voto impresso
auditável, em análise pelo Congresso Nacional, provocado
pela PEC 135/2019.
As Urnas Eletrônicas (DRE - Direct Recording Electronic
Voting Machines) de 1ª Geração foram implantadas em
1996. De 2006 a 2012, Holanda, Alemanha, EUA, Canadá,
Rússia, Bélgica, Argentina, México e Paraguai
abandonaram-nas. Em 2014, India e Equador adotaram
modelos mais avançados. Embora já exista a Urna E de 3ª
Geração, o Brasil insiste em utilizar as superadas Urnas
E de 1ª Geração.
A auditagem das urnas não pode ser enxergada a olho nu.
Trata-se, de uma inescrutável caixa preta. A
inviolabilidade das urnas eletrônicas, atestada pela própria
equipe técnica do TSE, não pode ser um dogma. O TSE
bloqueia sistematicamente propostas de teste do sistema
solicitados por equipes externas, o que pode levar à
suspeita de que tem algo a esconder. Por que essa
exclusiva “segurança em obscuridade”? Por que tal
segregação, se todos, indistintamente, tem direito à
verdade?
No entendimento do TSE, apoiado na letra jurídica, o
ônus da prova cabe a quem reclama de fraude. Mas pelo
fato de todo o processo ser digitalizado, sem a existência
de provas visíveis e tangíveis, torna-se impossível
atestar uma possível ilicitude. Se não há como apresentar
provas materiais, a questão permanece em suspenso, o
que favorece os tenazes defensores do sistema. Até
quando vai perdurar esse circunlóquio?
Pessoas dotadas de nível mediano de conhecimentos
sobre sistemas sabem que celulares e computadores são
vulneráveis a vírus e invasões. No tocante a Urnas E, o
universo de pragas cibernéticas pode compreender,
dentre outros malefícios, a clonagem e adulteração de
programas, a inclusão de programas maliciosos para
desvio de votos de um candidato para outro, a supressão
de votos, fraudes na apuração e totalização de votos e
pré-inserção de votos nas urnas.
Sistemas digitais da NASA, do Pentágono, de partidos
políticos americanos e de grandes empresas privadas,
mesmo protegidos por sistemas de segurança
(CyberSecurity) up to date, já foram invadidos. Hackers,
por ideologia e/ou interesses financeiros, são gênios do
mal e estão sempre
um passo à frente em
termos de avanço
tecnológico. Diante
destas inquestionáveis
evidências, seriam as
urnas eletrônicas
brasileiras realmente
inexpugnáveis?
De acordo com o
previsto na PEC 135/2019, mediante a impressão, o
eleitor não tocaria o voto, tampouco o levaria consigo,
apenas o veria, verificaria se ele de fato corresponde ao
candidato que aparece na tela, confirmaria, o papel
cairia e permaneceria armazenado dentro de urna lacrada,
o que possibilitaria, caso necessário, futuro cotejo e
recontagem. Portanto, nada mais falso afirmar que, com
a impressão do voto, o eleitor poderia ser pressionado
por “benfeitores”, traficantes, milicianos e afins. Pura
desinformação.
O TSE, administrador-mor do sistema, prega a
dependência absoluta do software, ao afirmar que um
aumento da interferência humana ocasionaria erros que
abririam brechas para a judicialização do processo
eleitoral. Obviamente, nenhum sistema está totalmente a
salvo da maldade dos homens. Mas seria a aceitação
passiva dos resultados da urna eletrônica mais
aconselhável, a fim de evitar questionamentos válidos, no
melhor estilo “Cale-se, eu sei o que é melhor para você”?
Eis a verdadeira ditadura.
O sistema de urnas eletrônicas com voto impresso
auditável, indubitavelmente, acrescenta equipamentos
eletrônicos, o que aumenta a probabilidade da ocorrência
de problemas sistêmicos, além de gerar necessidades
logísticas e de segurança física. Caberia ao TSE ser
proativo e estabelecer planos contingentes para que o
sistema como um todo possa operar de maneira eficiente.
A justificativa de que, em face da pandemia, o gasto de
três bilhões de reais com o custo da implementação das
urnas eletrônicas com voto impresso auditável seria
inadmissível não se sustenta, pois a lisura e a
transparência do processo eleitoral – essenciais para
uma salutar democracia – não tem preço, seja em que
tempo for.
O prazo final para a resolução desse imbróglio, visando as
eleições de 2022, será outubro. Esperamos que não seja
um outubro vermelho, mas sim verde e amarelo, pelo
bem do Brasil.
AE Luiz Fernando Palmer Fonseca
Presidente do Clube Naval
GenDiv Eduardo José Barbosa
Presidente do Clube Militar
Maj Brig-Ar Marco Antonio Carballo Perez
Presidente do Clube de Aeronáutica
O Clube Militar, com este texto, encerra uma série de
artigos, mostrando a necessidade de total transparência
no processo eleitoral brasileiro.
A data de hoje é importante, pois antecede a votação de
matérias no Congresso Nacional.
Boa sorte, Brasil!
artigo publicado com autorização do
Clube Miltar
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