Cronica e arte
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JABOTICABAL E O PROBLEMA DE SEU PATRIMÔNIO
HISTÓRICO
Mentore Conti Mtb 0080415 SP e João Martins Neto Mtb
0091259 SP // foto Crônica e Arte e domínio público
Jaboticabal, 21 de dezembro de 2021
Termina mais um ano e
a cidade de Jaboticabal,
continua com sinais de
abandono. Por mais que
se enfeite a cidade nas
praças centrais, a Praça
Joaquim Batista e a
Praça 9 de julho, há
cerca de 100 metros
destes dois lugares dois
prédios históricos e hoje de propriedade do município
estão no abandono.
Um verdadeiro símbolo de descaso com o cognome de
Jaboticabal que foi, ou é, conhecida como Athenas
Paulista. Me refiro aqui ao Clube Jaboticabal e ao antigo
prédio da Escola Bento Vieira.
A antiga Escola Bento Vieira, conhecido também como
terceiro grupo, e que depois foi sede do Serviço do
Ministério do Exército e depois ministério do trabalho, foi
construído originalmente como uma extensão do antigo
Colégio São Luiz (depois Instituto de Educação Aurélio
Arrobas Martins e depois EEPSG Aurélio Arrobas Martins),
para que os formandos da escola fundada pelos irmãos
Arrobas (Aurélio e Antônio Arrobas) cumprissem estagio
nos primeiros anos depois de formados.
“Estas mãos ergueram estes prédios” dizia Antônio
Arrobas Martins, para os alunos, em várias de suas aulas
de ciências naturais.
E eis que das décadas de 1950 e 1960, de quando ele
Antônio Arrobas dizia esta frase, a antiga escola está em
ruinas, em um descaso não só com os fundadores do
colégio, mas com a própria cidade de Jaboticabal. De fato
um dos motivos da cidade ser chamada de Athenas
Paulista era exatamente o Colégio São
Luiz, hoje a escola Aurélio Arrobas
Martins.
Portanto quando eu ouço referencias
de que o prédio deveria ser demolido
eu não quero acreditar. Seria o mesmo
que dizer, tirem o cognome Athenas
Paulista.
Já houve até referência de que
engenheiros disseram este prédio está
condenado e que não há outro
caminho que não a demolição. Ora, a
ser verdade isto, é necessário que
estes engenheiros percam o diploma.
E digo isto pois o campanário da
igreja de São Marcos em Veneza na
Itália, em 1902 depois de uma obra
a seu lado ruiu. O governo italiano e
os engenheiros de uma Itália recém
unificada reconstruíram o
campanário integralmente,
utilizando parte do material do
antigo campanário e refazendo a
torre idêntica a que tinha ruído.
Portanto senhores, o que devemos
fazer com engenheiros que diante
de um prédio, como da escola Bento
Vieira dizem que não há outro caminho a não ser a
demolição?
No mesmo caminho de abandono e destruição segue o
Clube Jaboticabal, local de glamour e de decisões políticas
na primeira metade do século XX. Hoje o prédio está em
escombros, prédio, que como o da Escola Bento Vieira é
do município.
Um livro recente do historiador e comerciante Roberto
Clovis Capalbo, trouxe em detalhes a importância do Clube
Jaboticabal e portanto. Um dos aspectos mais
importantes, é sem sombra de duvidas as reuniões de
políticos no clube e ligados ao clube na administração do
município.
Era de se esperar que tendo na administração pública,
vários professores, estes dois prédios fossem objeto de
restauração, mas o que se vê é um continuar do
abandono. Neste ponto o leitor deve me perguntar, qual o
sentido de restaurar tais prédios?
Em recente Lei aprovada na Câmara Municipal, se perdeu
oportunidade de se restaurar e recuperar estes prédios
antigos em nossa cidade. Embora sugerido, o texto da Lei
ignorou a idéia de conceder incentivos fiscais à empresas
que se instalassem nestes prédios e os recuperasse.
Tal medida, além da limpeza quanto a poluição visual, as
empresas estariam sendo incentivadas a restaurar os
prédios da área central da cidade.
Em Jaboticabal a nova administração já deixou claro que
demolição do patrimônio histórico está por conta do
tempo, mesmo porque, sequer existe Conselho Municipal
de Preservação do Patrimônio Público.
Ora caro leitor, um dos aspectos da formação da
cidadania, é a preservação da memória histórica e não
somente por fotografia, mas por monumentos e prédios
históricos, praças e
nomes de ruas de
personagem histórico.
Em muitas cidades isto
é levado a sério, e não
somente no exterior.
Será que estamos na
contramão da história?
Além destes dois
prédios aos quais nos referimos, Jaboticabal foi a ligação
entre o Estado de São Paulo e o Centro-oeste, pela
estrada do Taboado (que tinha início onde hoje é a praça
Joaquim Nabuco (em frente ao Ginásio de Esportes e
seguia até a igreja de Santo Antônio (a rua João Maricato).
Pelo que consta não há nenhum trabalho histórico na
cidade a preservar esta questão.
Há algum tempo o jornalista e
advogado João Martins Neto,
denunciou escrevendo neste site,
no Jornal A Gazeta de Jaboticabal,
e em suas redes sociais a tentativa
de se derrubar a antiga caixa
d’agua do SAAEJ, autarquia criada
também por Antônio Arrobas
Martins, que como proprietário do
Colégio São Luiz (O Estadão), criou a Escola Bento Vieira
(que citamos acima) e como Prefeito criou o Serviço
Autônomo de Agua e Esgoto de Jaboticabal.
Será que Jaboticabal perderá também estes patrimônios
Históricos e os perdendo, poderá ostentar o cognome
Athenas Paulista e cidade de interesse Turístico, sendo que
este último título, que confere a cidade verba do Estado de
São Paulo.
Ao não manter estes patrimônios, provavelmente
deveremos abdicar desta verba o que será um problema a
mais.
Fotos inseridas no texto: Foto 1 escola Bento Vieira;
foto 2 Club Jaboticabal; Foto 3 Campanário de
Veneza caindo foto; 4 Estrada do Taboado Rua
Comendador João maricato; foto 5 caixa d'água do
saej de Jaboticabal
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campanario de Veneza
Praça São Marcos depois
da queda
campanario de Veneza
reconstruido
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