Cronica e arte
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O BRASIL E O DESENVOLVIMENTO
Um artigo de Mentore Conti Mtb 0080415 SP // foto
internet – Domínio Publico
Jaboticabal, 6 de agosto de 2022
Uma carta em prol da
democracia foi feita e
será lida no próximo
dia 11 de agosto, dia
que marca, a
fundação dos cursos
jurídicos do pais. A
integra da Carta pode
ser lida na página da
WEB Carta às
Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado
Democrático de Direito! (usp.br) – link no final do artigo.
Ao ler a carta vi que há nela boas intenções, como de fato
deve ter um manifesto como este, mas sendo um
bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, e tendo lido o
livro Raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda e
lendo também Darcy Ribeiro e outros autores de
Sociologia e Direito, algumas questões me ficaram na
memória e me intrigam.
Será que eu neste momento posso externar minha
opinião? Uma pergunta estranha, mas necessária já que,
parece que o Brasil acordou para a questão política, mas,
esquecendo que já se passaram 33 anos da queda do
muro de Berlim (tempo a ser completado em 9 de
novembro deste ano), fala-se aqui, como se a guerra fria
ainda estivesse em vigor.
Aqui se fala em esquerda e direita como na época de
Nikita Kruschev, Leonid Brejeniev na URSS de então, ou
nos países ocidentais de então. De 1989 para cá, a
ideologia comunista, a esquerda de então, perdeu as
feições que tinha e a direta igualmente, como existia
então, não existe mais.
As ideologias foram substituídas pelo consumismo,
concretizando o que, já na década de 1970 falava o
escritor e cineasta italiano, Pier Paolo Pasolini. Mas
independente disto o radicalismo aqui baseado em
ideologias ultrapassadas e agora na pratica, inexistentes é
muito forte.
Mesmo assim, sem querer criticar e fazendo uma análise
do Brasil, por causa deste radicalismo, que espelha mais
um caudilhismo (sistema onde um senhor semifeudal, ou
um capitão donatário comanda a localidade), ainda é
valido o ensinamento de Sergio Buarque de Hollanda, que
diz em seu Livro Raízes do Brasil sobre a democracia e o
sistema politico.
Este autor nos diz que: De todas as formas de evasão da
realidade, a crença mágica no poder das ideias pareceu-
nos a mais dignificante em nossa difícil e adolescência
política e social. Trouxemos de terras estranhas um
sistema complexo e acabado de preceitos, sem saber até
que ponto se ajustam as condições da vida brasileira e
sem cogitar das mudanças que tais condições de
imporiam. Na verdade a ideologia impessoal do
liberalismo democrático jamais se naturalizou entre nós.
E acrescenta ainda que a democracia no Brasil, foi sempre
um lamentável mal-entendido.
Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou
de acomodá-la onde fosse possível, aos seus direitos e
privilégios, os mesmos privilégios que tinham sido, no
velho mundo, o alvo da luta da burguesia contra os
aristocratas.
Este pensamento ainda é valido, a ponto de repetirmos e
mantermos em nossas instituições atuais, modelos da
ditadura de Getúlio Vargas, sem nos darmos conta que
estas instituições foram criadas para justificar e manter a
ditadura de então.
Nosso eleitor está
sempre à procura de
um “novo Getúlio
Vargas”, que venha
salvá-lo de um
“coronelismo” ainda
que imaginário. Eis
então que fazem
sucesso nos dias de
hoje políticos que se
dizem progressistas e
que prometem defender os trabalhadores, ou mesmo
salvadores da pátria, que dizem proteger a família e os
bons costumes.
No Brasil não há um compromisso sério com a liberdade,
por parte de nossa população e parte dos nossos
eleitores, vêm o voto como moeda de troca, para
pagamento de contas de consumo de agua e luz, ou
mesmo por uma conversa de bar e um copo de pinga.
Assim, ainda que louvável, as intenções da carta citada
acima, uma pergunta eu deixo a você leitor: até que
ponto sem uma estruturação da cidadania, com respeito a
nossa independência, o Brasil pode ser chamado de
democrático?
Aqui não me refiro às urnas, mesmo porque, parte do
nosso eleitorado chega até a secção eleitoral corrompida
e assim, as urnas atuais, urnas com voto impresso, urnas
de lona, de nada valerão. Apesar de confiável qualquer
sistema implantado, nossa mentalidade, bem descrita por
Sergio Buarque de Holanda, não impedirá governos de
caudilhos ou ditadores.
Assim, além da carta é necessário a valorização de nossa
independência que foi travada em uma guerra de 7 de
setembro de 1822 até o tratado de paz e aliança em 29
de agosto de 1825 (esta última data onde a metrópole
portuguesa reconhece nossa independência).
Este trabalho de valorização de nossas lutas, como a
expulsão dos holandeses (1648) e a inconfidência mineira
(1789) por exemplo, ajudariam e muito a construção de
nossa nação e a construção de um sistema democrático,
onde a população e o eleitor, saísse deste círculo vicioso
que muitas vezes vemos em nosso país.
Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado
Democrático de Direito! (usp.br)
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