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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João 869,  14882-010 Jaboticabal SP
O BRASIL E O DESENVOLVIMENTO Um artigo de Mentore Conti Mtb 0080415 SP // foto internet – Domínio Publico Jaboticabal, 6 de agosto de 2022 Uma carta em prol da democracia foi feita e será lida no próximo dia 11 de agosto, dia que marca, a fundação dos cursos jurídicos do pais. A integra da Carta pode ser lida na página da WEB Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito! (usp.br) – link no final do artigo. Ao ler a carta vi que há nela boas intenções, como de fato deve ter um manifesto como este, mas sendo um bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, e tendo lido o livro Raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda e lendo também Darcy Ribeiro e outros autores de Sociologia e Direito, algumas questões me ficaram na memória e me intrigam. Será que eu neste momento posso externar minha opinião? Uma pergunta estranha, mas necessária já que, parece que o Brasil acordou para a questão política, mas, esquecendo que já se passaram 33 anos da queda do muro de Berlim (tempo a ser completado em 9 de novembro deste ano), fala-se aqui, como se a guerra fria ainda estivesse em vigor. Aqui se fala em esquerda e direita como na época de Nikita Kruschev, Leonid Brejeniev na URSS de então, ou nos países ocidentais de então. De 1989 para cá, a ideologia comunista, a esquerda de então, perdeu as feições que tinha e a direta igualmente, como existia então, não existe mais. As ideologias foram substituídas pelo consumismo, concretizando o que, já na década de 1970 falava o escritor e cineasta italiano, Pier Paolo Pasolini. Mas independente disto o radicalismo aqui baseado em ideologias ultrapassadas e agora na pratica, inexistentes é muito forte. Mesmo assim, sem querer criticar e fazendo uma análise do Brasil, por causa deste radicalismo, que espelha mais um caudilhismo (sistema onde um senhor semifeudal, ou um capitão donatário comanda a localidade), ainda é valido o ensinamento de Sergio Buarque de Hollanda, que diz em seu Livro Raízes do Brasil sobre a democracia e o sistema politico. Este autor nos diz que: De todas as formas de evasão da realidade, a crença mágica no poder das ideias pareceu- nos a mais dignificante em nossa difícil e adolescência política e social. Trouxemos de terras estranhas um sistema complexo e acabado de preceitos, sem saber até que ponto se ajustam as condições da vida brasileira e sem cogitar das mudanças que tais condições de imporiam. Na verdade a ideologia impessoal do liberalismo democrático jamais se naturalizou entre nós. E acrescenta ainda que a democracia no Brasil, foi sempre um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la onde fosse possível, aos seus direitos e privilégios, os mesmos privilégios que tinham sido, no velho mundo, o alvo da luta da burguesia contra os aristocratas. Este pensamento ainda é valido, a ponto de repetirmos e mantermos em nossas instituições atuais, modelos da ditadura de Getúlio Vargas, sem nos darmos conta que estas instituições foram criadas para justificar e manter a ditadura de então. Nosso eleitor está sempre à procura de um “novo Getúlio Vargas”, que venha salvá-lo de um “coronelismo” ainda que imaginário. Eis então que fazem sucesso nos dias de hoje políticos que se dizem progressistas e que prometem defender os trabalhadores, ou mesmo salvadores da pátria, que dizem proteger a família e os bons costumes. No Brasil não há um compromisso sério com a liberdade, por parte de nossa população e parte dos nossos eleitores, vêm o voto como moeda de troca, para pagamento de contas de consumo de agua e luz, ou mesmo por uma conversa de bar e um copo de pinga. Assim, ainda que louvável, as intenções da carta citada acima, uma pergunta eu deixo a você leitor: até que ponto sem uma estruturação da cidadania, com respeito a nossa independência, o Brasil pode ser chamado de democrático? Aqui não me refiro às urnas, mesmo porque, parte do nosso eleitorado chega até a secção eleitoral corrompida e assim, as urnas atuais, urnas com voto impresso, urnas de lona, de nada valerão. Apesar de confiável qualquer sistema implantado, nossa mentalidade, bem descrita por Sergio Buarque de Holanda, não impedirá governos de caudilhos ou ditadores. Assim, além da carta é necessário a valorização de nossa independência que foi travada em uma guerra de 7 de setembro de 1822 até o tratado de paz e aliança em 29 de agosto de 1825 (esta última data onde a metrópole portuguesa reconhece nossa independência). Este trabalho de valorização de nossas lutas, como a expulsão dos holandeses (1648) e a inconfidência mineira (1789) por exemplo, ajudariam e muito a construção de nossa nação e a construção de um sistema democrático, onde a população e o eleitor, saísse deste círculo vicioso que muitas vezes vemos em nosso país. Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito! (usp.br)    
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