Cronica e arte
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INICIO DA FEIRA DO QUITUTE PARA COMEMORAR 194
ANOS DE JABOTICABAL É MARCADA POR TRAGÉDIA
Um artigo de Mentore Conti Mtb 0080415 SP // foto
Crônica e Arte et alli
Jaboticabal, 13 de julho de 2022
Corria a tarde do dia
12 de julho em
Jaboticabal e o relógio
marcava 18:25
minutos, pouco mais
pouco menos, no
liminar da 38ª Feira
do Quitute. Festa que
marca a
comemoração da
fundação da cidade que dia 16 agora, em 2022, completa
194 anos.
O local? Na esquina da avenida João Pinto Ferreira com a
Rua São João, a menos de 800 metros da festa. É neste
local que duas pessoas brigam para poder guardar vaga,
onde algum veículo será estacionado por causa da festa
e, uma delas poderá ganhar alguns trocados.
A discussão começa, os ânimos se acirram e se seguem
facadas. Um morre no local o outro levado gravemente
ferido para ser atendido e medicado, sendo que, segundo
informações, estava até o final desta manha do dia 13,
em estado gravíssimo.
Uma tragédia e duas famílias de luto. A festa prossegue,
com discursos de abertura e depois sorrisos, comidas e
bebidas.
Eu sei que muitas pessoas dizem que não pode haver
guardadores de vagas, mas não é isto que está em jogo,
quando uma tragédia, tira a vida de duas pessoas assim.
E aqui cabem algumas considerações.
Como uma cidade de 194 anos de fundação e que já foi
centro de uma região, chega a uma crise econômica,
onde dois senhores, muito provavelmente no desespero
de sua sobrevivência, e na esperança de alimentar sua
família, entram nesta atividade de guardar vagas?
A noite, desde o seu início, é escura e um pouco mais fria
neste período do ano e duas pessoas perdem a vida por
causa da crise social, criada pelo fechamento da cidade
na pandemia e, por causa da falta de política social
correta em nossa cidade, falta de política correta que
existia, a bem da verdade, desde antes da pandemia.
A cidade enfrenta problemas gravíssimos, da falta de
agua em vários bairros da cidade, falta de transporte
público adequado (o transporte coletivo, não cobre
satisfatoriamente a cidade e ainda há contratos
emergenciais que podem ser contestados).
A este respeito a Vereadora Andreia Delegada em
reportagem ao SBT Ribeirão, ontem 12 de julho, disse
que questionou o município, mas até agora não houve
resposta, quanto a ter um processo licitatório ao invés de
contratos emergenciais.
A Prefeitura disse ao SBT que esta no prazo para
responder ao tribunal de contas.
Recentemente vimos o descaso com a ponte de Córrego
Rico, (sobre a qual faremos ainda, outras matérias), a
cidade tem uma
periferia
praticamente
abandonada, onde
até mesmo uma
creche, que foi
desmontada há
anos, (Creche
Zobeide Martinelli
Bulgarelli), na Rua
Adolpho Pavanelli,
no Jardim Alvorada, nunca mais foi reconstruída, nem
mesmo por esta nova gestão, que dizia ter entrado, para
renovar a cidade.
O desemprego em alta, a pavimentação da cidade em
petição de miséria e o que se faz? Festa... A Festa do
Quitute.
A inércia do governo cria o desespero para parte da
população, provocando tragédias como a de ontem, o que
se faz então? ...A festa do quitute.
Claro que não sou contra a festa do quitute, mas para se
festejar 194 anos de uma cidade, além da festa é preciso
mostrar trabalho, não bastam lives e sorrisos no
facebook.
Que adianta contratar conjuntos e empresas para a
realização de uma festividade e deixar várias áreas da
cidade praticamente no abandono? Uma cidade precisa
ser bem administrada com um serviço de agua e esgotos
que realmente funcione, com troca de tubulações antigas,
perfuração de poços artesianos, para que que entregue
agua, de boa qualidade e em quantidade suficiente ao
munícipe.
Uma cidade deve ter praças e espaços públicos para que
a população possa ir, sem medo de estar na rua. Uma
administração municipal, deve trabalhar em sintonia com
os demais poderes, estaduais e federais, para gerar
emprego e bem estar e ai, então, legitimar a realização
de uma festa para comemorar o aniversário da cidade.
Que a tragédia deste dia 12 nas proximidades do local da
realização da festa da cidade, sirva de alerta para que se
mude o modo de administrar uma cidade como
Jaboticabal.
Uma população não pode ser deixada como está a ponto
do desespero pela falta de emprego e renda, que acaba
gerarando a tragédia de ontem. Não me venham a falar
em bolsa família, bolsa Brasil ou qualquer ajutório.
Nossa população deve ter a possibilidade de um ganha
pão, que não seja o improviso do serviço de guarda vagas
de transito, ou flanelinhas, tolerado em nome da piedade.
Uma cidade deve ter políticas que deem condições de
uma pessoa trabalhar e ter um sustendo digno. E não me
venham falar que a culpa é da pandemia, ou de antigas
administrações.
Afinal de contas a pandemia apenas fez ressaltar
problemas que já existiam, como a pouca existência de
leitos hospitalares (que apesar do dinheiro federal que
veio, continuaram poucos). Quanto a erros de
administrações passadas, erros que existiram sim, mas
para a solução de referidos erros, cabia a administração
atual, já ter começado um trabalho de recuperação do
que estava errado.
Contudo vem ano e vai ano e a cidade continua com
buracos e pavimentação ruim, falta de agua e até mesmo
sem locais próprios para secretarias, já que algumas
delas tem que ser instaladas em imóveis alugados.
Até quando a cidade permanecerá espera de mais uma
tragédia anunciada.
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