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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com.br Rua São João 869,  14882-010 Jaboticabal SP
INICIO DA FEIRA DO QUITUTE PARA COMEMORAR 194 ANOS DE JABOTICABAL É MARCADA POR TRAGÉDIA Um artigo de Mentore Conti Mtb 0080415 SP // foto Crônica e Arte et alli Jaboticabal, 13 de julho de 2022 Corria a tarde do dia 12 de julho em Jaboticabal e o relógio marcava 18:25 minutos, pouco mais pouco menos, no liminar da 38ª Feira do Quitute. Festa que marca a comemoração da fundação da cidade que dia 16 agora, em 2022, completa 194 anos. O local? Na esquina da avenida João Pinto Ferreira com a Rua São João, a menos de 800 metros da festa. É neste local que duas pessoas brigam para poder guardar vaga, onde algum veículo será estacionado por causa da festa e, uma delas poderá ganhar alguns trocados. A discussão começa, os ânimos se acirram e se seguem facadas. Um morre no local o outro levado gravemente ferido para ser atendido e medicado, sendo que, segundo informações, estava até o final desta manha do dia 13, em estado gravíssimo. Uma tragédia e duas famílias de luto. A festa prossegue, com discursos de abertura e depois sorrisos, comidas e bebidas. Eu sei que muitas pessoas dizem que não pode haver guardadores de vagas, mas não é isto que está em jogo, quando uma tragédia, tira a vida de duas pessoas assim. E aqui cabem algumas considerações. Como uma cidade de 194 anos de fundação e que já foi centro de uma região, chega a uma crise econômica, onde dois senhores, muito provavelmente no desespero de sua sobrevivência, e na esperança de alimentar sua família, entram nesta atividade de guardar vagas? A noite, desde o seu início, é escura e um pouco mais fria neste período do ano e duas pessoas perdem a vida por causa da crise social, criada pelo fechamento da cidade na pandemia e, por causa da falta de política social correta em nossa cidade, falta de política correta que existia, a bem da verdade, desde antes da pandemia. A cidade enfrenta problemas gravíssimos, da falta de agua em vários bairros da cidade, falta de transporte público adequado (o transporte coletivo, não cobre satisfatoriamente a cidade e ainda há contratos emergenciais que podem ser contestados). A este respeito a Vereadora Andreia Delegada em reportagem ao SBT Ribeirão, ontem 12 de julho, disse que questionou o município, mas até agora não houve resposta, quanto a ter um processo licitatório ao invés de contratos emergenciais. A Prefeitura disse ao SBT que esta no prazo para responder ao tribunal de contas. Recentemente vimos o descaso com a ponte de Córrego Rico, (sobre a qual faremos ainda, outras matérias), a cidade tem uma periferia praticamente abandonada, onde até mesmo uma creche, que foi desmontada há anos, (Creche Zobeide Martinelli Bulgarelli), na Rua Adolpho Pavanelli, no Jardim Alvorada, nunca mais foi reconstruída, nem mesmo por esta nova gestão, que dizia ter entrado, para renovar a cidade. O desemprego em alta, a pavimentação da cidade em petição de miséria e o que se faz? Festa... A Festa do Quitute. A inércia do governo cria o desespero para parte da população, provocando tragédias como a de ontem, o que se faz então? ...A festa do quitute. Claro que não sou contra a festa do quitute, mas para se festejar 194 anos de uma cidade, além da festa é preciso mostrar trabalho, não bastam lives e sorrisos no facebook. Que adianta contratar conjuntos e empresas para a realização de uma festividade e deixar várias áreas da cidade praticamente no abandono? Uma cidade precisa ser bem administrada com um serviço de agua e esgotos que realmente funcione, com troca de tubulações antigas, perfuração de poços artesianos, para que que entregue agua, de boa qualidade e em quantidade suficiente ao munícipe. Uma cidade deve ter praças e espaços públicos para que a população possa ir, sem medo de estar na rua. Uma administração municipal, deve trabalhar em sintonia com os demais poderes, estaduais e federais, para gerar emprego e bem estar e ai, então, legitimar a realização de uma festa para comemorar o aniversário da cidade. Que a tragédia deste dia 12 nas proximidades do local da realização da festa da cidade, sirva de alerta para que se mude o modo de administrar uma cidade como Jaboticabal. Uma população não pode ser deixada como está a ponto do desespero pela falta de emprego e renda, que acaba gerarando a tragédia de ontem. Não me venham a falar em bolsa família, bolsa Brasil ou qualquer ajutório. Nossa população deve ter a possibilidade de um ganha pão, que não seja o improviso do serviço de guarda vagas de transito, ou flanelinhas, tolerado em nome da piedade. Uma cidade deve ter políticas que deem condições de uma pessoa trabalhar e ter um sustendo digno. E não me venham falar que a culpa é da pandemia, ou de antigas administrações. Afinal de contas a pandemia apenas fez ressaltar problemas que já existiam, como a pouca existência de leitos hospitalares (que apesar do dinheiro federal que veio, continuaram poucos). Quanto a erros de administrações passadas, erros que existiram sim, mas para a solução de referidos erros, cabia a administração atual, já ter começado um trabalho de recuperação do que estava errado. Contudo vem ano e vai ano e a cidade continua com buracos e pavimentação ruim, falta de agua e até mesmo sem locais próprios para secretarias, já que algumas delas tem que ser instaladas em imóveis alugados. Até quando a cidade permanecerá espera de mais uma tragédia anunciada.  
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