Cronica e arte
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QUARTA ONDA FEMINISTA: PELO FIM DA VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA
Há alguns anos ficou
conhecida a luta pela
igualdade material das
mulheres, a qual iniciou-se
quando elas descobriram o
poder de suas vozes e o
poder da união.
Sempre vista como
um objeto de reprodução
pelo homem e um ser
inanimado pela igreja, as
mulheres começaram a descobrir seu valor entre o século XIX e XX,
quando surgiram os primeiros grupos de mulheres que se denominavam
“feministas”.
Neste movimento, podemos dizer que existiram 3 (três) grandes
ondas feministas: a primeira nasceu no final do século XIX e início do
século XX com as sufragistas, que exigiam o direito da mulher ao voto e
sua participação na política e na vida pública. A segunda onda surgiu em
meados dos anos de 1960 e durou até meados de 1990, conhecido como
um feminismo radical que versou principalmente sobre a condição de
exploração da mulher acerca da sexualidade e o direito reprodutivo. É
mais ou menos nesta época que se inicia a discussão de sexo e gênero, e
foi amplamente divulgado um dos jargões feministas mais conhecido:
“sisterhood is poweful”, ou seja, “a irmandade entre mulheres é
poderosa”. Já a terceira onda feminista surgiu no início dos anos 90 com
uma discreta continuação no desenvolvimento das ideias da segunda
onda, porém com a intenção de universalizar o conceito de mulher
através do reconhecimento das diversas identidades e experiências das
mulheres.
É na terceira onda que as feministas
buscaram recuperar o estereótipo
feminino através do batom, do sutiã, da
saia e do salto alto na intenção de exigir a
liberdade de escolha de cada mulher,
trazendo a pornografia e a prostituição
como liberdades sexuais, bem como a
apropriação de termos misóginos e
pejorativos contra as mulheres ao retirar-
lhes sua conotação negativa.
Outrossim, século XXI, ano de 2020
e nossa luta não para!
Hoje o grito feminino é por
igualdade e liberdade: é por uma vida
digna e livre de violência.
A violência doméstica vem sendo
alvo diário na mídia e já mostrou que não ocupa classe social, raça,
idade ou cor. E prova disso é que a mulher está se dando conta de que
não precisa se calar por medo da opressão social ou por medo de ser
morta por seu agressor. A mulher está entendendo que a luta de nossas
irmãs nos séculos passados teve resultado social e que agora que chegou
nossa vez, que está na hora de mudar. Está na hora de exigir nova
evolução de nossos direitos, pois nós cansamos da miséria que já nos foi
dada e queremos respeito.
A grande divulgação
nos casos de violência
doméstica está fazendo as
mulheres deixarem seus
lares violentos e buscarem a
tutela estatal disponível
pela Constituição Cidadã de
1988 através de um dos
principais fundamentos
basilares que é a dignidade
da pessoa humana, com a
compreensão de que é
capaz de gerir seu lar
sozinha, ou que consegue manter uma casa com filhos e sem um
marido, e principalmente, que conhece seu valor, é autossuficiente para
exigi-lo e educada o bastante para tratar as desigualdades com
inteligência, urbanidade e graça.
Daí eu me questiono:
será que essas mulheres
do século XXI percebem
que chegaram na quarta
onda do feminismo? Será
que elas conseguirão ser
tão fortes e lutar até o fim
como lutaram Cleópatra,
Joana D’Arc, Dandara,
Robin Morgan, Nísia
Floresta Augusta, Chiquinha Gonzaga, Bertha Lutz, Therezinha Zerbini,
Maria da Penha Maia Fernandes e tantas outras que tiveram que
enfrentar esse sistema opressor, patriarcal e machista.
Eu sei que a luta pelo fim da violência doméstica está apenas
começando, mas como todas as outras guerras enfrentadas pelas
mulheres e que foram vencidas, eu tenho certeza de que o fim da
violência não é apenas uma utopia e quando novamente a irmandade se
der conta do poder que tem, as mulheres se levantarão e se unirão por
mais uma vitória pela sua liberdade e pelo respeito entre os sexos.
fotos: arquivo da autora e EBC e
dominio público
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Jacquelinï P Batista
Jacqueline Polachini Batista
Advogada Especialista em Direito
Penal e Especialista em Direito das
Famílias e Sucessões
Membro do Instituto Brasileiro de
Direito de Família, Feminista e Criadora
do Movimento Coragem
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