Cronica e arte
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BRASIL REFÉM DA TOGA. AQUI TEM JUSTIÇA!
Um artigo do Major-Brigadeiro Jaime Rodrigues Sanchez
Rio de Janeiro, 10 de junho de 2020
(publicado originalmente no site do Clube Militar)
Major-Brigadeiro Jaime Rodrigues Sanchez
Em meados do ano
passado, o presidente
do STF lançou a
campanha intitulada
“Aqui tem Justiça”,
sob o pretexto de
“mostrar ao cidadão
que o Poder Judiciário
brasileiro trabalha em
favor do cidadão, em favor dos mais pobres, daqueles
que têm sede e fome de Justiça”.
Como suas pautas não contemplam temas que sustentem
tal argumento, é possível especular-se que esse título
traz na sua essência uma mensagem subliminar de
demarcação de território, a exemplo da delimitação dos
domínios no reino animal ou recados de facções nas
comunidades dominadas pelo crime organizado.
O que se tem visto é que o STF assumiu as rédeas do
País e a sociedade assiste com indignação, mas em
estado de apatia quase cataléptica, as manobras
constantes do judiciário para afastar de uma vez o
governo que ela elegeu.
É um completo absurdo e uma total inversão de valores o
fato de que o STF esteja hoje dirigindo o País, legislando,
executando e julgando, na contra-mão da Constituição
Federal, justamente ele, que foi criado para ser o seu
guardião.
O artigo 1º da Carta Magna não deixa dúvidas e não
admite interpretação do seu Parágrafo único. “Todo o
poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente”.
Dos três poderes, o judiciário é o único que não se
enquadra nessa cláusula pétrea que é o cerne da Carta
Magna e o verdadeiro sentido da democracia.
A bem da verdade, esses ministros que lá estão, com
raras exceções, não se enquadram sequer em outro
dispositivo que poderia lhes dar um pouco de
legitimidade, o artigo 101, que exige notável saber
jurídico e reputação ilibada.
Como atribuir a responsabilidade de julgar em última
instância a advogados que não passaram por qualquer
avaliação sobre o seu “notável saber jurídico”; que na sua
maioria jamais julgaram uma causa, por mais banal que
fosse, antes de serem galgados ao mais alto cargo da
carreira; que tiveram sua “reputação ilibada” afiançada
por presidentes corruptos que ali os colocaram para
defender seus interesses pessoais e partidários?
Não é possível corrigir essas distorções com as
ferramentas legais e jurídicas de que dispõe a sociedade,
já que o Senado, instituição responsável por dar
continuidade aos processos existentes contra aqueles que
protagonizam o golpe em andamento, encontra-se com
parte dos seus componentes sob a mira da justiça e a
manta do foro privilegiado.
Estamos condenados a um ciclo vicioso maldito que só
pode ser rompido usando-se a mesma arma do opressor,
que ignora a Constituição Federal para alcançar o
objetivo.
A tática atual traz em seu bojo facetas de uma mesma
estratégia. Dentre elas, a mais evidente e acintosa: a
“eleição” para compor o tribunal que irá julgar as ações
de cassação da chapa presidencial vencedora, do relator
imposto pelo presidente da Corte em um inquérito ilegal
para investigar um crime sem tipificação no código de
processo penal. Aqui tem Justiça.
Sua primeira
manobra na
trincheira foi pedir
vistas do processo
para aguardar a
chegada de provas
mais robustas, a fim
de tentar condenar
uma chapa eleita
por 60 milhões de brasileiros por supostamente ter-se
beneficiado da única e mais moderna forma de
divulgação gratuita de que dispõe a sociedade, as redes
sociais, por um tribunal que absolveu recentemente a
chapa Dilma/Temer, que praticou abuso de poder
econômico e político, valendo-se de propinas e desvio de
verbas públicas para eleger-se, sem falar no suborno das
mídias convencionais, através de contratos milionários de
publicidade.
Estejamos atentos. O provável arquivamento das ridículas
ações impetradas pelos perdedores Marina Silva e
Guilherme Boulos, alegando invasão e troca de nome no
perfil de um grupo mulheres apoiadoras da esquerda, é
apenas o sacrifício de um “boi de piranha” para dar ares
de imparcialidade, enquanto não chegam as demais
ações sobre o mesmo tema, reforçadas agora pelas
provas colhidas no inquérito pirata do STF, nas quais
depositam todas as suas fichas.
Outro cambalacho que está a caminho é o julgamento de
liminar contra a portaria da Corte que determinou a
abertura de inquérito para investigar fake News, ajuizada
pelo partido Rede Sustentabilidade, que pedia na época a
suspensão do inquérito. Neste ano, vislumbrando a
conveniência da continuidade do processo para a causa
dos inimigos do Presidente, o partido pediu a desistência
da ação, indeferido pelo relator Edson Fachin, logo após
Alexandre de Moraes determinar medidas de busca e
apreensão e quebras de sigilo bancário e fiscal de aliados
do presidente Jair Bolsonaro.
Na realidade, o que se pretende é a formação de
jurisprudência que permita ao STF continuar instaurando
inquéritos e, com isso, aprofundar a extensão dos seus
tentáculos ditatoriais sobre os demais poderes.
BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS
fotos:Clube Militar e
EBC
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