Cronica e arte
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A CONFUSÃO QUE SE FAZ DA CIDADANIA NO BRASIL
jaboticabal 29 de maio de 2021
Nesta semana eu
assisti um jornal de
uma grande
emissora, falar que
as campanhas para
diminuir a fome dos
atingidos pela
pandemia de
Coronavirus no
Brasil, restituía a
cidadania aos
assistidos.
Caros leitores, enquanto se fizer este tipo de confusão,
igualando possibilidade de se alimentar com cidadania, nós
nunca teremos um pais que realmente seja organizado
politicamente, ou que tenha um sistema político sério.
A cidadania é a expressão que identifica a qualidade da
pessoa que estando com sua capacidade civil, também se
encontra com a possibilidade de exercer seus direitos
políticos, fato que indica o uso pleno desta cidadania.
Portanto dentro desta definição jurídica, vemos claramente
que a possibilidade de alimentação não confere a ninguém
uma cidadania. Assim como não confere cidadania o possuir
utensílios da linha branca (geladeira, micro-ondas) ou mesmo
possuir um celular.
Ainda que o ex-presidente Lula falasse em seus discursos,
que parte da população era então cidadão, porque tinha
conseguido com os incentivos sociais de seu governo,
adquirir utensílios da linha branca, ele estava errado e tais
falas só podem ser atribuída aos desconhecimento, que ele
tinha sobre a questão.
Por acaso o italiano, que morava na Itália durante a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) deixou de ser cidadão italiano,
quando em 1943, o país foi assolado por uma fome terrivel
(chamada entre os italianos de “A fome de 43”?
Este mesmo desconhecimento vemos em vários pessoas que
fazem esta confusão. Seja como for, este erro reduz a ideia
de cidadania e esta ideia demonstra como o Brasil não
conseguiu ainda ter parte da sua população preparada para
construir com suas profissões, o pais.
Tanto é errado fazer
esta comparação de
cidadania com
possibilidade de se
alimentar, que uma
pessoa é cidadã
brasileira, mesmo
sendo ela pobre,
famélica e mesmo
que não tenha
utensílios
domésticos.
Pode-se alegar que esta confusão feita foi apenas uma fala
na hora da emoção, tanto na época com o ex-presidente
Lula, quanto agora pelo jornalista na matéria que assisti, mas
não, esta confusão, se percebe hoje que é de parte da
população que não
entende o que é ser
brasileiro.
De fato desde 1627,
Frei Vicente de
Salvador, já notava
uma indiferença com o
pais, pelas pessoas
que eram nascidas
aqui, e que existia
entre elas, a ausência
de buscar um bem comum.
Na nossa formação nós raramente tivemos governantes que
se preocuparam em construir uma administração, onde a
população pudesse exercer sua cidadania, ter seus direitos
políticos respeitados.
Se no período da capitania hereditária era natural que isto
acontecesse, pois a forma de governo visava a metrópole
(Portugal), afinal até nossa independência o Brasil era uma
colônia, nós vemos que mesmo depois da formação de um
Brasil independente, pouco ou nada se fez para alterar a
situação de participação da pulação no pais.
Om sistema de criar a política como se fosse o quintal da
casa grande, como bem define Gilberto Freyre, continuou
existindo no império brasileiro, passou pela república e
continua em nossos dias.
Com governos que se chamam de esquerda ou direita (assim
escrevo, pois poucos políticos conhecem a definição da linha
política que dizem seguir), o que vemos ainda é um povo
afastado das decisões políticas e administrativas e de atos
administrativos que podem influir o seu dia-a-dia.
Um exemplo claro de como isto afeta a todos, inclusive
moradores de Jaboticabal, vemos na recente aprovação do
parcelamento da dívida do SEPREM Serviço de Previdência,
Saúde e Assistência Municipal (de Jaboticabal).
A prefeitura parcelou um
debito de 627 milhões do
SEPREM em 18 anos e
legalmente está agora
tudo em ordem, mas em
relação à questão da
cidadania, precisamos
perguntar se os
funcionários ligados ao
sistema, tinham plena ideia da dívida existente.
Como cidadania se refere a participação do cidadão e a
direitos políticos, (política significa administração da cidade),
os funcionários foram chamados, a participar do problema?
Foi informado a estes funcionários que o sistema de
previdência deles, tem uma dívida (agora parcelada) que é o
dobro do orçamento da cidade?
Foi dito a estes funcionários como se chegou neste estado?
Neste ponto vão me dizer que eles estavam representados
pelo sindicato dos funcionários e a administração do
SEPREM, mas aqui devemos lembrar, o que nos ensina o ex-
presidente Fernando Henrique Cardoso, de linha política
discutível, mas que analisa bem nosso sistema político e
social.
FHC, diz que no Brasil a representatividade de um órgão
tende a cair no vazio, por causa exatamente no nosso
comportamento que deixa a política de lado.
Com o tempo diz FHC as instituições criadas, muitas vezes
acaba não representado quem as criou, mas este é um tema
que abordaremos em outra oportunidade.
Cabe então à nossa população, queira em Jaboticabal, ou
em qualquer outra cidade do país, acompanhar e começar a
participar, da vida política, claro sem o radicalismo que
vemos hoje em dia, acompanhamento este que não deve ser
apenas através das redes sociais.
O governo, a política, a cidadania, se exerce acompanhando
principalmente o mundo real e não apenas o mundo virtual.
Ou nós mudamos nossa atitude ou nosso pais ficara sempre
assim a confundir, cidadania com possibilidade de alimentar-
se.
fotos: facebook do autor dominio
público e EBC
Mentore Conti Mtb 0080415 SP (jornalista, advogado e professor de História e
Geografia)
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