Cronica e arte
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A MISÉRIA BATE À PORTA COM A PANDEMIA
Jaboticabal, 3 de abril de 2021
A pandemia tem feito a
miséria chegar em
várias regiões e cidades
no Brasil. O jornal
cidades online de
Jaboticabal trouxe neste
dia 30 o relato de uma
moradora da cidade,
que diz que a 2 dias,
ela e o marido, sem mais nada para comer, passavam
fome e, para enganar a fome tomavam água com
açúcar. Sem emprego ela está em busca de um
carrinho para catar reciclagem e ver se amealha alguns
trocados. Ela diz no texto de pedido de ajuda que
nunca tinha passado por isso que demorou para tomar
essa decisão de pedir referida ajuda, publicando o
pedido em um grupo de trocas de mercadoria no
Facebook grupo de
Jaboticabal.
Isso é um retrato
de uma cidade que
tem um comércio
que retraiu de 50 a
60% o lucro das
lojas. Um comércio
que atende os
poucos clientes que chegam, na soleira da porta, com
comerciantes e comerciários assustados pelo cenário
atual. Um cenário que nunca viram antes, alguns com
mais de cinquenta anos de profissão, no dia-a-dia do
comercio.
Comerciantes com dívidas no banco ou usando o
patrimonio particular que tinham adquirido, para
bancar o comercio na situação atual.
Em vários bairros da cidade a dificuldade bate à porta,
famílias e mais famílias, aqui em Jaboticabal sofrem
com o desemprego. No parque 1º de maio, tem
pessoas que sentem falta de tudo, desde o básico,
como arroz e feijão, até mesmo dinheiro para as
contas mensais.
No Jardim das Rosas também, uma moradora de lá,
que o site Crônica e Arte não divulgará o nome, disse
que nunca antes tinha enfrentado dificuldades. Mas
com a pandemia, perdeu o emprego de cuidadora que
tinha antes, e viu a situação apertar.
Perdeu os cartões, está na iminência de ver o nome no
Serasa, com os telefonemas de cobrança que não
param. “O que posso fazer, não há dinheiro, nunca
fiquei devendo antes”. Disse a entrevistada.
O trabalho agora é esporádico, poucas vezes por
semana. Se no Jardim das Rosas e Parque 1º de Maio,
a situação está difícil,
o problema não
muda, na Cohab II e
planalto Itália, por
exemplo.
Muitas pessoas ali
trabalhavam de
faxineira, por
exemplo e o trabalho
que antes era diário,
agora ficou restrito
para muitas destas trabalhadoras a duas vezes por
semana, o que torna inviável uma sobrevivência digna.
O medo da doença, da covid19 atrapalha, uma leitora
do site Crônica e Arte, disse que quando ela entra para
trabalhar a dona da
casa sai, de medo de se
contaminar.
É a fome que se
aproxima mais e
domina cada vez mais
os bairros de periferia.
“Quem não tem um
salário fixo e é diarista,
está em uma situação complicada” frisou a
entrevistada.
Claro que estas dificuldades por que passa Jaboticabal,
não é um caso isolado e também acontece em outras
cidades no Estado de São Paulo, ou no Brasil.
Diariamente vemos nos jornais de rede nacional,
mostrar a miséria que chega para a população.
A Confederação Nacional do Comércio disse que 20300
lojas fecharam as portas em Sao Paulo em 2020 por
causa da pandemia, provocando por consequência uma
onda de desemprego e no Brasil 75200 lojas se
fecharam.
Estes problemas queira no Brasil
ou em Jaboticabal, são o resultado
de esquecer que não estamos na
Inglaterra nos EUA ou em outros
países do hemisfério norte. Lá o
isolamento o lockdawm, foi
acompanhado de seguro pago pelo
governo, em valores que
permitiram uma sobrevivência
melhor de quem ficava em casa.
Lá no exterior, o lockdawm
diminuiu o contagio, pois os
moradores, moram em casas bem
construídas. No Brasil, com a
existência de favelas, e pessoas que não podiam parar
de trabalhar para não morrerem de fome, fez com que
a aglomeração aumentasse.
Favelas onde em muitas casas 10 pessoas moram em 2
cômodos em cada casa, ou pouco mais que isto, casas
de COHABs pequenas e com muitos habitantes, fez
com que o vírus não parasse de contagiar.
Eu não gosto do termo genocida, que quiseram usar
durante a pandemia, mas se fosse de usar este termos
teríamos que usá-lo para aqueles governantes que
obrigaram com o lockdown, parte da população a ficar
fechada em favelas, cortiços ou casas populares
pequenas e a se aglomerarem em trens e ônibus,
como vimos em diversos lugares.
Aqui o correto seria o distanciamento das pessoas em
suas atividades, não o fechamento total do comercio.
O transporte coletivo, ônibus e trens, lotados por má
administração pública, fez o contagio aumentar. A
pandemia fez vir a tona, o quanto
nossos administradores, tanto na
federação, nos Estados e nos
Municípios, não sabiam, tirando
raríssimas exceções, governar e
consequentemente não souberam
gerir a crise da pandemia.
Onde estão os milhões arrecadados
nestes anos todos em impostos.
Lembremos aqui que a cada cem
reais gastos em qualquer compra
pelo brasileiro, inclusive, os que
são acometidos de covid 19, em
média, cinquenta reais são
recolhidos de impostos, já que a carga tributária é de
50% em média.
Agora não adianta um governante, municipal ou
estadual, vir com a desculpa amarela que a culpa é do
governo federal. Onde o senhor governante ou
funcionário, municipal ou estadual, estavam, que não
cobraram e não efetivaram o repasse das verbas.
Estas semanas estamos vendo escândalos e mais
escândalos com desvio de verbas que seriam
direcionadas ao combate a pandemia.
Estamos vendo esta situação no Brasil, mas nós
estamos especificamente em Jaboticabal e vem uma
pergunta. Como fazer para retomar a economia desta
cidade?
Será que estaremos destinados a ver a cidade de
Jaboticabal regredir e ver aumentar depois da
pandemia, o número de pessoas que moram em
Jaboticabal e trabalham em outras cidades como
Ribeirão preto, e diariamente realizam uma migração
pendular, somente residindo aqui na cidade e viajando
todo o dia para trabalhar fora?
Por favor, parem de buscar exemplos fora, o Brasil tem
suas especificidades. A ajuda que deve ser dada
momentaneamente a quem empobreceu, por causa de
políticas erradas na pandemia, que acabou com a
economia, não pode se eternizar.
fotos: facebook do autor dominio
público e EBC
Mentore Conti Mtb 0080415 SP (jornalista, advogado e professor de História e
Geografia)
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