Cronica e arte
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A PANDEMIA E O PERIGO PARA A UNIDADE DO
BRASIL.
Jaboticabal, 27 de fevereiro de 2021
O Brasil vive atualmente
uma crise não somente
de saúde, mas também
uma crise política que
está afetando o seu
sistema federativo. As
crises políticas até então
eram crises normais
entre partidos políticos e
motivados por ideologias diferentes (no Brasil nem
sempre bem definidas) que disputavam espaço junto a
população), para chegar ao poder.
Com a entrada do governo Bolsonaro no poder e a sua
incapacidade de criar um governo de consenso, que
dialogasse ao menos com parte da oposição e ainda,
com a existência de radicais, dá hoje chamada
esquerda, e dá hoje chamada direita, que lutam, nos
jornais em páginas de Facebook e envolvem em sua
briga, tribunais, congresso e o Executivo, estamos
vendo o aprofundamento de uma situação que pode
arruinar totalmente o país.
Para piorar a situação quando veio a pandemia do novo
coronavirus, o governo
Federal não atuou de pronto
para tomar a crise em sua
mão e ser o condutor de
uma política única de
combate a pandemia.
Com o vácuo Inicial deixado
pelo Governo Federal,
alguns governadores
avançaram e conseguiram
criar uma briga dividindo o
poder de administrar a crise,
e arrastando para esta briga
os municípios. A decisão do
STF de que a administração
da crise ia ser compartilhada, foi entendida
politicamente, como sendo uma administração e cabia
aos estados e
municípios e a
Federação,
aproveitando este
entendimento recuou
de início e deixou que
estados e municípios
não só ajudassem a
administrar a crise mas tomassem iniciativas que
deviam ser federais.
Por lei e pela Constituição Federal, é quem tem que
decretar a proibição de locomoção dos cidadãos
brasileiros, é a
Federação, ou com o
estado de sítio ou
estado de emergência.
Ela sim a Federação,
tem o poder de proibir
alguém de transitar
livremente dentro do
país.
Apesar desses
princípios o que vemos hoje são cidades que por conta
própria, e mesmo fora tanto do ordenamento Federal
quanto da regulamentação estadual, decretam que em
seus territórios, um brasileiro fica impedido de entrar
ou sair. Enquanto escrevo esse texto a cidade de
Araraquara decretou a proibição de entrada e saída de
pessoas, (a não ser com autorização de uma
autoridade) da cidade e o mesmo está sendo feito pela
cidade de São Bernardo do Campo.
Nas duas cidades estará proibido praticamente o
direito de sair na rua a não ser com raríssimas
exceções. O problema é que esse decreto é municipal,
não respeitando, o plano São Paulo do Governo do
Estado de São Paulo, ou mesmo o direito de ir e vir
previsto constitucionalmente, direito este que só pode
ser proibido em estado de sítio de emergência ou de
guerra decretado
pelo pelo Governo
Federal.
Essas duas cidades
vivem nesse
período o sistema
feudal de controle
da população.
No feudalismo o governo Central, que estava na mão
do Rei, deixou de existir em relação ao controle
populacional e quem controlava a movimentação das
pessoas era o governo local, (os Condados as baronias
e as marcas). Durante o dia as pessoas podiam
trabalhar no campo mas à noite se recolhiam na área
dentro da Muralha, fechava-se o portão e ninguém
podia sair.
Para uma pessoa passar de um feudo para outro,
tinha que ter autorização dos senhores feudais.
Infelizmente por causa da crise sanitária que estamos
vivendo, vemos se repetir o mesmo fator e como na
época a Desculpa era a segurança da população.
Na Idade Média segurança que deveria ser mantida
para evitar as invasões de Bárbaros, hoje em dia
segurança que deve ser mantida para evitar a
proliferação do vírus. Contudo é lamentável que o
Brasil e outros países, regridem, socialmente falando,
ao esquema feudal de controle da população.
Pode-se alegar até que isto é temporário, Mas mesmo
concordando com este fato, o estranho é que ninguém
se incomoda com o fato de se usar um meio medieval
para o controle da população. Isto é um Péssimo sinal
e pode indicar que o Brasil, (para falar do nosso
problema, só me refiro agora ao Brasil) pode estar
prestes a uma ruptura do seu tecido social.
Quando sociólogos, políticos, juízes e etc., e acham
normal o desrespeito
à lei para o combate
de uma epidemia, e
muitos até de certa
forma, enaltecem
este fato, nós
estamos diante de
uma sociedade que
está à espera de que
algum ditador de
plantão tome o poder.
Poderíamos argumentar que estas questões de
esfacelamento de um país, ou de golpes militares são
coisas do passado, como aconteceu quando o Brasil
perdeu a Província Cisplatina (atual Uruguai) e quase
perdeu o sul do país nos dez anos de guerra da
Farroupilha, e ainda por pouco não perdeu São Paulo
em 1932, já que esse movimento também tinha um
componente separatista.
Contudo
modernamente
vimos nos anos de
1990
aproximadamente,
a divisão da
Tchecoslováquia, que gerou a República Checa e a
Eslovênia, e o esfacelamento da antiga Iugoslávia, que
gerou a Bósnia, a Sérvia, a Croácia, a Macedônia e
Montenegro.
Em se falando em golpe de estado, além dos golpes
de estados da América Latina na década de 60, nós
tivemos uma tentativa frustrada de golpe de estado na
Itália em 1966, e agora recentemente um golpe de
estado na república de Myanmar na Ásia, além da
ascensão do governo ditatorial na vizinha Venezuela.
Portanto a coesão de um país e o perigo de seu
esfacelamento, ou de mudanças radicais com fim da
democracia, são perigos reais e as autoridades
constituídas, devem estar muito atentas para que isso
não aconteça. O Brasil é um país perigoso para
movimentos desta natureza, por que, a sua unidade
que foi criada politicamente durante todos esses anos,
desde nossa colonização, independência e governos
atuais republicanos, nunca foi com seguida em termos
sociológicos.
Houve um processo
educacional
alterado várias
vezes durante todo
a história do Brasil,
conforme o
interesse de cada
grupo social que
tomava o poder,
sem se importar com a questão e assim, com um
ensino fraco e uma ideia de nacionalidade que nunca
foi tão forte, uma crise como esta Pode esfarelar sim a
nação.
Uma nação é formada por grupos menores dentro de
uma sociedade e assim que esta unidade Nacional se
perde esses grupos menores desencadeiam uma
guerra fratricida até criar unidades menores dentro do
antigo território. Um sinal dessa guerra entre grupos
nós estamos vendo no radicalismo político que existe
desde governo Dilma Rousseff.
Desde aquela época grupos começaram a se digladiar
em torno da ideia de esquerda e direita, briga que
aumentou com a deposição da presidente Dilma na
entrada de Temer e depois da entrada de Bolsonaro.
Assim esta guerra e esse radicalismo que estamos
vendo, chamado de gabinete do Ódio pode ser
exatamente o primeiro sinal da fragmentação do país,
que citamos acima. A vontade separatista para tanto
não falta, além do sul e do sudeste o Nordeste também
tem um componente separatista.
Assim é necessário estar atento e combater esse
radicalismo para evitar inclusive que grupos
estrangeiros com interesses que não conhecemos se
aproveita deles.
Se o próprio Ministro do Supremo Tribunal Federal
disse que foi descoberto dinheiro estrangeiro no
financiamento desses radicalismos, é necessário
redobrar a atenção.
Não vamos esquecer que para separação da
Cisplatina, hoje Uruguai, houve influência da
Argentina. Isso não aconteceu só aqui. Na guerra de
secessão nos Estados Unidos da América, os estados
do sul tinham apoio da França. Modernamente nós
temos, com interesse na Amazônia a França, que faz
divisa ali com o Suriname, e que gostaria de se
expandir no território amazônico, do qual ela também
tem parte, isto para citar um exemplo.
Concluindo devemos parar de pensar que essas
brigas, políticas acabam ficando só nisso, se elas não
forem contidas de maneira correta nós tanto
poderemos ter um golpe de estado,
liderado por qualquer figura carismática
(não
necessariamente no poder hoje), ou mesmo a
fragmentação do território.
fotos: facebook do autor dominio
público e EBC e internet foto1 gueera
paulista 32, foto 2 farroupilha, foto3
guerra cisplatina, foto 4 muralha de
Rieti Italia. fotos 5 e 6 guerra paulista
32
Mentore Conti Mtb 0080415 SP (jornalista, advogado e professor de História e
Geografia)
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