Cronica e arte
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QUERO UM MUNDO COM PESSOAS INSTRUÍDAS E
EDUCADAS
Instrução e educação são
tratadas como sinônimos em
nossos dicionários e, ainda, se
retira este entendimento da Lei de
Diretrizes Básicas da Educação.
Na antiguidade, os filósofos,
sobretudo Platão, se preocupavam
muito com as palavras e com seu
conteúdo, seu significado. Isso, de
fato, é muito importante de forma
que devemos nos preocupar com o esvaziamento do
sentido ou significado das palavras que tem se acentuado
mais a cada dia.
Seguindo o tema da presente exposição, é importante
analisar e diferenciar instrução e educação.
Instruir tem sua origem no Latim INSTRUERE, “equipar,
fornecer informação”, formado por IN-, “em”, mais
STRUERE, “amontoar, empilhar, reunir, criar, erguer”. Ou
seja, é dar conhecimento como ferramenta.
Por outro lado, educar, tem sua origem no latim
educare, educere, que significa literalmente “conduzir para
fora” ou “direcionar para fora” e era empregado no sentido
de preparar as pessoas para o mundo e viver em
sociedade.
Assim, podemos entender que instruir se diferencia de
educar, onde instruir é fornecer conhecimentos que vão
muito além do saber lidar e viver em sociedade.
Já educar é justamente dar conhecimento das normas
sociais de conduta para que se possa viver no mundo e em
sociedade, respeitando e sendo respeitado, não agredindo
direito de outros para não ter seus próprios direitos
agredidos etc. Como se dizia é o que “vem de berço”.
Se há adultos mal-educados é pelo fato de que foram
crianças mal-educadas. Um “pecado” cometido pela e
contra a família e a sociedade.
Por várias vezes me deparei com uma frase que me
chamou muito a atenção e me levou a refletir, qual seja,
“mais vale um não instruído educado do que um instruído
sem educação”.
Verdade, pois se conhecimento (instrução) é poder e
colocamos poder nas mãos de quem não tem educação
(não sabe viver em sociedade) chegamos aos horrores que
já vimos na história da humanidade e estamos vendo até
hoje.
Fica fácil entender a razão pela qual Platão defendia
que somente os sábios deveriam ser governantes, pois o
verdadeiro sábio, mesmo que não seja muito instruído é,
de fato, educado, de forma que governaria pensando no
bem de todos e não apenas em si mesmo ou na “casta” a
qual pertence.
Confesso que ter sábios no governo, guiando a
humanidade para um futuro melhor, é realmente utópico.
Se analisarmos 6.000 (seis mil) anos de história da
humanidade encontraremos o desenvolvimento do
egoísmo e do apego ao material em detrimento do
espiritual, mesmo nos últimos 2022 anos da passagem de
Cristo, que veio justamente ensinar o contrário (pelo
menos na parte que cabe aos cristãos).
Albert Pike, escreveu que “o propósito da Educação e
da Ciência é fazer as pessoas mais sábias” e que “em um
país livre o único modo de assegurar intelecto e gênio para
os governantes é cultivando o intelecto dos que os
elegem” e que “poucas vezes o mundo é governado pelos
grandes espíritos, exceto depois de uma dissolução e do
renascimento. ”
Ao escrever o propósito da “educação e da ciência”
notamos uma distinção entre educação e instrução que
não se confundem, mas se complementam, levando à
sabedoria.
Sabedoria que deve ser semeada para ser colhida em
proveito de toda a humanidade.
Ainda, expôs os riscos de se ter uma nação governada
por quem não está preparado ao escrever que “nações que
tentaram se governar pelos seus menores, pelos incapazes
ou meramente regulares, terminaram em nada”.
Como exemplo, as guerras e divisões internas em um
país, por mais que se possa criar justificativas, tudo se
resume a busca de poder e dinheiro, ou seja, egoísmo e
materialismo.
Resta concluir que devemos buscar ser pessoas mais
educadas e instruídas para nos aproximarmos da
sabedoria que nos levará ao abandono do egoísmo e do
apego a matéria, conduzindo a nós mesmos e a
humanidade para um futuro melhor.
Waldomiro Camilotti Neto é filósofo,
advogado, professor universitário,
Especialista em Direito Processual do
Trabalho e Direito Administrativo.
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Fotos: iFoto Pixabey F de
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