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Cronica e arte

CRONICA E ARTE  CNPJ nº 21.896.431/0001-58 NIRE: 35-8-1391912-5 email cronicaearte@cronicaearte.com Rua São João, 869,  14882-010, Bairro Aparecida Jaboticabal SP
QUERO UM MUNDO COM PESSOAS INSTRUÍDAS E EDUCADAS Instrução e educação são tratadas como sinônimos em nossos dicionários e, ainda, se retira este entendimento da Lei de Diretrizes Básicas da Educação. Na antiguidade, os filósofos, sobretudo Platão, se preocupavam muito com as palavras e com seu conteúdo, seu significado. Isso, de fato, é muito importante de forma que devemos nos preocupar com o esvaziamento do sentido ou significado das palavras que tem se acentuado mais a cada dia. Seguindo o tema da presente exposição, é importante analisar e diferenciar instrução e educação. Instruir tem sua origem no Latim INSTRUERE, “equipar, fornecer informação”, formado por IN-, “em”, mais  STRUERE, “amontoar, empilhar, reunir, criar, erguer”. Ou seja, é dar conhecimento como ferramenta. Por outro lado, educar, tem sua origem no latim educare, educere, que significa literalmente “conduzir para fora” ou “direcionar para fora” e era empregado no sentido de preparar as pessoas para o mundo e viver em sociedade. Assim, podemos entender que instruir se diferencia de educar, onde instruir é fornecer conhecimentos que vão muito além do saber lidar e viver em sociedade. Já educar é justamente dar conhecimento das normas sociais de conduta para que se possa viver no mundo e em sociedade, respeitando e sendo respeitado, não agredindo direito de outros para não ter seus próprios direitos agredidos etc. Como se dizia é o que “vem de berço”. Se há adultos mal-educados é pelo fato de que foram crianças mal-educadas. Um “pecado” cometido pela e contra a família e a sociedade. Por várias vezes me deparei com uma frase que me chamou muito a atenção e me levou a refletir, qual seja, “mais vale um não instruído educado do que um instruído sem educação”. Verdade, pois se conhecimento (instrução) é poder e colocamos poder nas mãos de quem não tem educação (não sabe viver em sociedade) chegamos aos horrores que já vimos na história da humanidade e estamos vendo até hoje. Fica fácil entender a razão pela qual Platão defendia que somente os sábios deveriam ser governantes, pois o verdadeiro sábio, mesmo que não seja muito instruído é, de fato, educado, de forma que governaria pensando no bem de todos e não apenas em si mesmo ou na “casta” a qual pertence. Confesso que ter sábios no governo, guiando a humanidade para um futuro melhor, é realmente utópico. Se analisarmos 6.000 (seis mil) anos de história da humanidade encontraremos o desenvolvimento do egoísmo e do apego ao material em detrimento do espiritual, mesmo nos últimos 2022 anos da passagem de Cristo, que veio justamente ensinar o contrário (pelo menos na parte que cabe aos cristãos). Albert Pike, escreveu que “o propósito da Educação e da Ciência é fazer as pessoas mais sábias” e que “em um país livre o único modo de assegurar intelecto e gênio para os governantes é cultivando o intelecto dos que os elegem” e que “poucas vezes o mundo é governado pelos grandes espíritos, exceto depois de uma dissolução e do renascimento. ” Ao escrever o propósito da “educação e da ciência” notamos uma distinção entre educação e instrução que não se confundem, mas se complementam, levando à sabedoria. Sabedoria que deve ser semeada para ser colhida em proveito de toda a humanidade. Ainda, expôs os riscos de se ter uma nação governada por quem não está preparado ao escrever que “nações que tentaram se governar pelos seus menores, pelos incapazes ou meramente regulares, terminaram em nada”. Como exemplo, as guerras e divisões internas em um país, por mais que se possa criar justificativas, tudo se resume a busca de poder e dinheiro, ou seja, egoísmo e materialismo. Resta concluir que devemos buscar ser pessoas mais educadas e instruídas para nos aproximarmos da sabedoria que nos levará ao abandono do egoísmo e do apego a matéria, conduzindo a nós mesmos e a humanidade para um futuro melhor.
Waldomiro Camilotti Neto é filósofo, advogado, professor universitário,  Especialista em Direito Processual do Trabalho e  Direito Administrativo.
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